Entre quase 600 escritores de diferentes estados do país, além de brasileiros residentes em Portugal, no Chile, nos Estados Unidos e na Holanda, inscritos no Prêmio Cepe Nacional de Literatura do ano passado, quatro vencedores foram pinçados pela Companhia Editora de Pernambuco. A eles, será ofertado o lançamento dos livros premiados nas categorias Contos, Romance, Poesia e Infantojuvenil, nesta quinta (28), no Museu do Estado (Av. Rui Barbosa, 960, Graças), na Zona Norte da cidade, às 19h.
O grande massacre das vacas (romance do mineiro Sérgio Corrêa de Siqueira), O amor que não sentimos e outros contos (coletânea de contos do gaúcho Guilherme Azambuja Castro), Elogio do carvão (poesias do carioca Marcus Vinícius Quiroga) e E eu, só uma pedra (infantojuvenil do cearense Helton Alexandre Pereira) ganharam tiragem de 750 exemplares e serão vendidos na Cepe (Rua Coelho Leite, 530, Santo Amaro), no Museu Cais do Sertão (Av. Alfredo Lisboa, s/n, Bairro do Recife), entre R$ 20 (poesias e contos) e R$ 30 (infantojuvenil e romance). À exceção de Sérgio Corrêa, os autores premiados participarão de sessão de autógrafos nesta noite.
>> Prêmio 2016
As inscrições para a segunda edição do concurso seguem até o dia 15 de junho, no site da Cepe, com premiação de R$ 80 mil dividida igualmente entre os vencedores das quatro categorias do certame. Além de escritas em português, as obras concorrentes devem ser inéditas.
>> Os premiados
O grande massacre das vacas explora os limites tênues entre público e privado, das relações pessoais ao meio político. É um romance histórico, dedicado a destrinchar os efeitos dessas concessões na rotina comum e no conceito de Brasil entre estrangeiros e locais. Autor de Bestiário amoroso, Blue moon e Catita foi morar na igreja, o mineiro Sérgio Corrêa de Siqueira colabora com jornais portugueses e já explorou temas como dependência digital, relações pessoais e fábulas infantojuvenis.
O amor que não sentimos e outros contos aborda relações familiares, amorosas e fraternas. Os personagens se alternam nas vozes à frente das narrativas, dedicadas a memórias da infância, a conflitos adolescentes e a convivências frágeis. Referências à cultura pop denotam a passagem de tempo, as divergências entre gerações, pincelando tradições gaúchas. Guilherme Azambuja, do Rio Grande do Sul, é jurista e escritor, autor de outros livros de contos, como O cheiro triste das bergamotas.
Metalinguísticos, os versos de Elogio do carvão destrincham o próprio exercício poético, como atividade intelectual e desabafo pessoal. São poesias declaradamente influenciadas pela métrica e pelos temas de João Cabral de Melo Neto, apesar da marca autoral e das referências ao processo criativo do próprio autor. O carioca Marcus Vinícius Quiroga é poeta, contista, crítico e ensaísta, já premiado pela Biblioteca Nacional e pelo Jabuti - neste último, conquistou o segundo lugar na categoria Poesias com a obra Jardim das delícias.
Escrito por Helton Alexandre Pereira e abundantemente ilustrado por Cau Gomes, E eu, só uma pedra é um infantojuvenil de fantasia. A pedra, protagonista do enredo, assume emoções e condutas humanas, pincelando tradições culturais e se apropriando de referências literárias em narrativa de linguagem leve. Cearense, o autor é jurista, escritor e biólogo - função da qual Helton extrai muitas das inspirações para a obra, baseada na relação entre o mineral e demais personagens.
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