No ar em I Love Paraisópolis, Soraya Ravenle apresenta espetáculo neste fim de semana
Atriz interpreta a religiosa Eva na trama dirigida por Wolf Maya

O diretor Wolf Maya aconselha: “cuida do cavalo que o ritmo será alucinante”. A frase é um estímulo para o momento atual da atriz Soraya Ravenle. Cuidar de si é um dos segredos para a intérprete conciliar a rotina puxada do palco com as gravações no Projac. A atriz fluminense está no elenco do espetáculo As noviças rebeldes, nesta sexta (22) e sábado (23) no Teatro RioMar, e interpreta Eva, em I love Paraisópolis.
[SAIBAMAIS] Musical é a “espinha dorsal” da trajetória da intérprete. Já trabalhou em cerca de 30 espetáculos do gênero. Na televisão, no entanto, só cantou uma vez, em breve cena de Laços de família (2000), e viveu a cantora Emilinha Borba, na minissérie Dalva e Herivelto (2010). Em As noviças rebeldes, interpreta a madre superiora. “Ela costura as cenas e tenta colocar ordem naquela situação. A madre é meio maluquinha e faz coisas inesperadas, como cheirar loló”, explica a atriz, em entrevista ao Viver.
O elenco enxerga o espetáculo como um exercício de comédia, já que exige uma técnica do humor e do canto. O musical narra a história de cinco freiras, com olhar mais humanizado. Soraya recebeu o convite duplo de Wolf Maya no ano passado. “Estou muito feliz. Tenho muita disposição”, ressalta. Em I love Paraisópolis, Eva é uma mulher batalhadora, íntegra e mãe - de verdade e criação - das personagens de Tatá Werneck e Bruna Marquezine.
Serviço
As noviças rebeldes
Quando: Hoje, às 21h, e amanhã, às 18h e às 21h
Onde: Teatro RioMar (Avenida República do Líbano, 251, Pina)
Quanto: R$ 100 e R$ 50 (meia-entrada)
Informações: 3207-1144
Entrevista >> Soraya Ravenle
Em I love Paraisópolis, como a religião de Eva influenciou na personagem?
Eva é evangélica, mas é leve. Mas não é uma fanática, radical, preconceituosa. É muito aberta. Ela tem uma religiosidade muito dela. Não é aquele tipo limitado. Não fica obedecendo aos preceitos da igreja sem pensar. Eu sou judia, de família. Mas encaro uma religiosidade de forma muito ampla. Apesar de gostar, não sou praticante.
Eva representa uma fatia do Brasil que acredita na família tradicional. Como vê a reação ao relacionamento homossexual de Babilônia?
Estamos no Brasil, né? Lugar altamente preconceituoso. Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg são duas damas da TV. Essa resistência faz parte do processo. Se está recebendo pedrada, faz parte.
O que é o melhor de trabalhar em I love Paraisópolis?
A novela é muito bem dirigida. É leve, ágil, com ritmo. A abertura é um achado. É de uma pessoa que mexe com sucata de ferro em Paraisópolis. Ter Nicette Bruno no elenco é muito especial. Contracenei com ela, fiquei louca. Fui vê-la no teatro e fiquei emocionada. Ela perdeu o amor da vida dela recentemente. Estou arrepiada só de falar… É uma atriz deliciosa, inteira, forte, fazendo seu ofício com uma alegria, dignidade.
Como é contracenar com Bruna Marquezine e Tatá Werneck?
Encantador. Elas são muito talentosas. Bruna nasceu na tevê. Eu tenho muito o que aprender com ela. Ela sabe tudo ali. Tatá é um gênio da comédia. A gente teve uma química muito grande. Chico Accioly (preparador de elenco recifense) fez grande diferença nesse processo. Ele alterou meu modus operandi. É muito interessante esse olhar cinematográfico dele, que não mora na televisão. Sofisticou o trabalho, no bom sentido.