A Justiça Federal autorizou a inclusão do preso Emerson José da Silva, que é conhecido como Messinho ou Surfista, de 32 anos, no sistema penitenciário federal, considerado de segurança máxima. Ele é acusado de integrar a alta cúpula do Comando Litoral Sul (CLS), antes chamada de Trem Bala, que domina o tráfico de drogas em Porto de Galinhas.
A decisão foi proferida no dia 27 de fevereiro e atende à solicitação da Vara Criminal da Comarca de Ipojuca, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Procurada, a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) informou, em nota, que “não repassa informações sobre transferência de presos por medida de segurança”.
Segundo a decisão, obtida pelo Diario de Pernambuco, Surfista vai ficar detido na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, por prazo inicial de um ano e seis meses. A medida pode ser renovada posteriormente.
Com celas individuais e monitoramento de presos por 24h, a unidade de segurança máxima já abrigou Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, a maior liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC), e Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, chefe do Comando Vermelho (CV).
Alvo da Operação Restolho, deflagrada em 2023, Surfista estava encarcerado no presídio de Tacaimbó, no Agreste do Estado. Sem condenação por envolvimento com o Comando Litoral, ele nega envolvimento com a facção criminosa e recorreu da medida.
A transferência de presos para o sistema federal faz parte da estratégia do governo Raquel Lyra (PSDB) no combate ao crime organizado. A ida do preso para unidade de segurança máxima também tem aval do Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
Na decisão, a Justiça Federal alegou que algumas características são “viabilizadores para a inclusão de Emerson no sistema penitenciário federal”: o envolvimento em incidentes de fuga e os indícios de “função de liderança ou participação relevante em organização criminosa”.
A decisão também destaca que o detento é irmão de Evanilson José da Silva, o Bambam, um dos chefões do CLS, que foi preso anteriormente.
Em relatório, a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) alegou que Surfista teria perfil de “alta periculosidade” e seria um dos responsáveis por “emanar ordens” para “práticas criminosas”.
Entre os crimes comandados de dentro da cadeia, estariam execuções de adversários e de pessoas em dívida com a facção, de acordo com o documento. Além de Ipojuca, o grupo tem atuação em outras cidades do Litoral e da Região Metropolitana do Recife.