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Tiros em motel de Garanhuns: ex-vereador estava com três mulheres e agrediu vítima ainda na suíte

Luciano de Souza Cavalcanti, de 59 anos, foi preso em flagrante após dar cinco tiros contra mulher na área externa do motel


 

Preso por tentativa de homicídio, o ex-vereador de Tupanatinga Luciano de Souza Cavalcanti, de 59 anos, foi com três mulheres ao motel em Garanhuns, no Agreste, e teria batido em uma delas quando o grupo estava na suíte. O caso aconteceu na madrugada de quinta-feira (6).

 

O Diario de Pernambuco teve acesso aos depoimentos de duas mulheres, de 19 e 37 anos, que estavam no estabelecimento com o ex-vereador e a vítima de 23 anos. Segundo relatam, os quatro foram ao motel para beber e não mantiveram relações sexuais.

 

Luciano teria se tornado agressivo “sem motivo aparente”, de acordo com a investigação. Ele teria desferido três socos no rosto da vítima, ainda no quarto, antes de atirar contra ela na área externa. As testemunhas dizem não saber que o ex-vereador estava armado.

 

À Polícia Civil, a mulher de 37 anos declarou que foi a primeira a encontrar com Luciano naquele dia. Por volta das 22h de quarta-feira (5), eles foram juntos a um bar de alto padrão, em Garanhuns, onde teriam ficado bebendo por cerca de 3h30.

 

Os dois mudaram de bar em seguida. Lá, encontraram por acaso as outras mulheres e decidiram juntar as mesas, segundo o depoimento. Cerca de uma hora depois, os quatro resolveram ir ao motel, localizado no bairro de Heliópolis, às margens da BR-424.

 

Tiros no motel

 

Luciano e as três mulheres foram para a mesma suíte. Segundo as testemunhas, a ideia era continuar bebendo e o grupo não teria feito uso de outras drogas. As agressões do ex-vereador teriam começado de repente. 

 

A mulher mais velha afirma ter visto o momento em que Luciano deu “um murro no rosto” da vítima, mas não soube dizer o motivo da desavença para a Polícia Civil. Já a mais nova relatou que o soco foi desferido “inesperadamente”.

 

Por causa das agressões, as três mulheres decidiram sair do quarto, pediram um carro de aplicativo e foram esperar na área comum do motel. As duas mais novas foram as primeiras a chegar à área externa – mas o portão não teria sido aberto pela administração. Como demorou mais para calçar as sandálias, a mais velha apareceu pouco depois.

 

Câmera de segurança flagrou o que aconteceu na sequência. Vestido só de cueca, Luciano aparece com as mãos para trás, saca um revólver calibre .38 e dá cinco tiros na direção da vítima. Hospitalizada, ele ainda não foi ouvida no inquérito.

 

“Eu sou homem, ninguém me desrespeita, não”, teria dito o suspeito, momentos antes de atirar, de acordo com a testemunha de 37 anos. Já a mulher de 19 afirmou ter ouvido a seguinte ameaça: "Vou matar ela, vou matar ela, vou matar ela".

 

A vítima foi atingida no tórax, nas pernas e nos braços. Ela ficou caída no chão à espera de socorro. Em seguida, funcionários teriam levado as duas testemunhas para a administração do motel.

 

Já o ex-vereador escondeu a arma no carro, voltou para se trancar na suíte e acabou detido em flagrante pela Polícia Militar (PM). Em interrogatório ele optou por ficar em silêncio.

 

Nesta sexta-feira (7), Luciano teve a prisão preventiva decretada no Tribunal de Justiça de Pernambuco e deve responder por tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe.

 

A mulher baleada foi socorrida pelo Samu ao Hospital Regional Dom Moura, onde passou por cirurgia. O estado de saúde é estável.

 

Quem é o ex-vereador

 

Antes de ser preso pela tentativa de assassinato no motel de Garanhuns, Luciano já foi denunciado por duplo homicídio e passou pela cadeia por armazenar ilegalmente armas e mais de 100 munições em um depósito. Ele foi eleito vereador de Tupanatinga, no Agreste, em 2004.

 

O ex-vereador é agrônomo, casado e ficou conhecido como Luciano Lolô durante a campanha, segundo informações do portal Divulga CandContas, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nas eleições de 2008 e 2012, não conseguiu votos suficiente para se eleger.

 

Em março de 2004, o Ministério Público (MPPE) ofereceu denúncia contra Luciano pelo homicídio de Severino Cavalcanti da Silva e Quitéria Cavalcanti da Silva Alves. A denúncia, no entanto, só foi recebida pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) em outubro de 2011, quando o crime já havia prescrito. 

 

Já em 2023, Luciano acabou preso provisoriamente por armazenar um arsenal: dois revólveres, uma pistola e duas espingardas. Também foram encontradas 14 munições de calibre .38, nove unidades calibre .45, dez unidades calibre .40, 27 de 9MM, 72 unidades de 380 e 53 unidades calibre 12. Ele foi condenado há dois meses pelo caso, mas não voltou à cadeia. 

Leia a notícia no Diario de Pernambuco