Vários símbolos unem o passado e o presente de Recife e Olinda - que hoje celebram os seus 488 e 490 anos, respectivamente. Muito além das ruas de paralelepípedos, casarões históricos e mercados populares, um outro detalhe segue unindo as duas cidades: a tapioca - representação da cultura e gastronomia locais.
A tapioca tem suas raízes nos povos indígenas, que já utilizavam a mandioca para produzir beiju, uma espécie de pão rústico feito com goma hidratada e levada ao fogo. Com a chegada dos colonizadores, o alimento foi incorporado à dieta local e adaptado ao longo dos séculos. Estudos registram que o primeiro contato que os portugueses tiveram com a mandioca foi no Brasil, mais especificamente nas imediações do Alto Rio Madeira, em Rondônia.
Durante a colonização, a tapioca se espalhou para outras regiões do país e foi consumida pelos escravizados. Nessa mesma época, o coco passou a ser incorporado à iguaria e se tornou popular nas regiões Norte e Nordeste.
Com o passar do tempo, a tapioca foi adotada pela cultura nordestina, sendo um símbolo e patrimônio cultural de Recife e Olinda. Em Pernambuco, ela ganhou status de patrimônio gastronômico, sendo consumida no café da manhã e no lanche dos moradores, além de ser uma atração obrigatória para turistas.
O segredo de sua popularidade está na versatilidade: pode ser servida simples, apenas com manteiga ou coco, ou recheada com ingredientes variados, como queijo coalho, carne de sol, frango, goiabada com queijo e até versões gourmet, com creme de avelã, morango e leite condensado.