Cinco policiais militares se tornaram réus por suspeita de integrar a quadrilha dos traficantes Thiago e Bruno Teixeira de Oliveira, os chamados “Gêmeos de Santo Amaro”. O bando, que disputa o tráfico de drogas no Centro do Recife, também estaria ligado a homicídios na região.
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Gêmeos de Santo Amaro: PMs acusados de favorecer traficantes do Recife viram réus
Juíza aceitou denúncia contra cinco policiais militares, suspeitos de proteger e compartilhar informações privilegiadas com criminosos
A denúncia contra os PMs foi aceita pela juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal da Capital, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), na quinta-feira (9). Na ocasião, a magistrada estabeleceu prazo para que os policiais apresentem “tudo o que interesse à sua defesa”.
Para o Ministério Público Estadual (MPPE), o único policial que atuaria diretamente na venda de entorpecentes seria Ivison Francisco Alves Júnior, de 42 anos, que vai responder por associação para o tráfico. Já os demais são acusados de prestar “total apoio à referida organização criminosa”.
Os outros réus são Valter Mendonça de Azevedo, de 49 anos, José Tarcísio de Carvalho Pereira, de 42, e Arthur Luiz Sampaio, de 33, e Rayner Thainan Ferreira Santos, de 31. Eles foram alvos da Operação Blindados, deflagrada em novembro de 2024, no Recife.
Os serviços pelos quais são acusados incluem proteger os traficantes, informá-los sobre ações policiais, colocar viaturas à disposição dos criminosos e até deixar de fazer flagrantes nas áreas dominadas pelo bando.
[SAIBAMAIS]
Troca de mensagens
A investigação chegou até os PMs após a quebra de sigilo dos celulares dos “Gêmeos de Santo Amaro”. Conforme mostrou o Diario de Pernambuco, o MPPE incluiu cerca de 60 trocas de mensagens entre os agentes e os traficantes na denúncia.
Uma dessas mensagens, atribuída ao PM Rayner, mostra o agente acobertando os negócios dos traficantes, de acordo com a promotoria. “Agora, a minha equipe é eu e o Galego, mas nem se preocupe, nada mudou. O Galego já está alinhado, já. A gente não mexe em nada lá, nem se aperreie”, diz trecho da transcrição.
Em outra, o mesmo policial teria pedido maconha para bater a meta de apreensão no batalhão. “Meu mano, vê só, eu lembro que tu falou para mim que tem uns quilos mofado e pá. Eu queria que tu deixasse 1 kg para mim dessa… Desse preto aí, que tu tem mofado, velho, que não serve mais para nada. Que é para eu apresentar, tá ligado?”, registra.
A investigação apontou o possível pagamento de propina para os policiais. Em interrogatório, acusados negaram os crimes e alegaram não ter envolvimento com a quadrilha.
A denúncia do MPPE incluiu, ainda, o chamado “núcleo civil” da organização criminosa, composto por outros seis contadores, distribuidores e traficantes de drogas. Entre eles, estão Sales Vinicíus Barros de França Silva, de 22 anos, e Lázaro Henrique Barros de França, que são filhos de um dos principais gerentes do bando.
No documento, a promotora Henriqueta de Belli Leite de Albuquerque pediu a prisão preventiva de todos os acusados – exceto de uma mulher que é primária e está grávida. A solicitação foi acatada pela magistrada.