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PMMA: substância que o CFM quer banir foi utilizada em mulher que morreu neste mês no Recife, segundo família

Adriana Barros Lima Laurentino, de 46 anos, faleceu no dia 11 de janeiro após realizar harmonização dos glúteos em uma clínica particular na Zona Sul da cidade


A morte de uma mulher de 46 anos após a realização de uma harmonização glútea chama a atenção desde o dia 11 de janeiro. Adriana Barros Lima Laurentino não resistiu a um choque séptico poucas horas depois de passar pelo procedimento em uma clínica particular na Zona Sul do Recife. A família afirma que o polimetilmetacrilato (PMMA), produto não recomendado para fins estéticos, foi aplicado na vítima.

Nesta terça (21), o Conselho Federal de Medicina (CFM) pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o banimento do uso do PMMA como substância de preenchimento e solicitou a suspensão da produção e da comercialização de preenchedores à base do produto no Brasil de forma imediata.

O Diario reuniu informações sobre esse material que causa muitas dúvidas e tem sido muito procurado para harmonização em várias partes do corpo, com valores exorbitantes. 

O que é PMMA?

O polimetilmetacrilato, comumente conhecido como PMMA é um componente plástico que pode ter vários tipos de aplicação. No campo estético, o PMMA pode ser usado para preenchimento da pele, como um gel.

Casos relacionados ao uso do componente em procedimentos estéticos se tornaram mais frequentes no Brasil, a exemplo do caso de Adriana. O filho dela a encontrou já sem vida no banheiro de casa na manhã seguinte ao procedimento.

O Diario teve acesso ao laudo de óbito da vítima, que aponta que a causa da morte foi um choque séptico. A família afirmou à equipe de reportagem que o material usado no procedimento foi o PMMA.

Pode ou não?

No Brasil, o material para preenchimento subcutâneo é classificado como produto de risco máximo, requerendo assim, um registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O componente é autorizado para alterações do organismo em decorrência do uso de antirretrovirais em pacientes com HIV/aids, e correção volumétrica facial e corporal, uma forma de tratar alterações como irregularidades e depressões no corpo fazendo o preenchimento em áreas afetadas por meio de bioplastia.

A Anvisa recomenda a administração do PMMA por profissionais médicos habilitados e treinados para o uso. Marcelo Vasconcelos, médico que atendeu Adriana, não possui nenhuma especialidade, segundo seu registro no Conselho Federal de Medicina.

Em suas redes sociais, o médico defende o uso do PMMA para fins estéticos. Em um vídeo postado, ele afirma que “estudos científicos” comprovam que a utilização é segura a curto e longo prazo, e que o material é biocompatível. Os argumentos não foram embasados cientificamente pelo profissional.

De acordo com a defesa do médico que fez a intervenção em Adriana, "não há nexo de causalidade entre a intercorrência sofrida pela paciente e atuação do Dr. Marcelo, que sempre agiu diligentemente, seguindo os padrões preconizados pela boa técnica, mas que infelizmente intercorrências cirúrgicas podem ocorrer".

Leia a notícia no Diario de Pernambuco