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Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco realiza retratação formal com enfermeira vítima de assédio

A solenidade foi resultado de uma denúncia apurada pelo Coren-PE, que apontou a prática de assédio moral contra a profissional da saúde que atua em um Hospital de Caruaru

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O Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) realizou, nesta quarta-feira (22), uma sessão solene de desagravo público com uma enfermeira que sofreu assédio moral em um hospital de Caruaru, no Agreste do Estado.

A solenidade resultou de uma denúncia apurada pelo Coren-PE, que apontou a prática de assédio moral contra uma enfermeira que atua na unidade. A conduta ilegal teria sido praticada por um médico que também integra o corpo funcional da Maternidade e Casa de Saúde Santa Dulce dos Pobres, também local sede do evento.

A sessão teve a presença de uma comitiva do Conselho que foi recebida pela coordenadora da rede de Urgência e Emergência Municipal, Drª Priscila Neri, pela gerente administrativa da unidade, Drª Josefa Adriane, pela coordenadora de Enfermagem, Drª Lucicleide Nunes e pela diretora médica da Casa de Saúde, Drª Daniele Aragão. Apesar de ter sido oficialmente convidado, o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) informou que não enviaria representantes para a ocasião.

O encontro foi conduzido pela Conselheira do Coren-PE, Drª Ana Caroline Soares, que foi parecerista do processo, e pelo Conselheiro-tesoureiro, Dr. Almir Alves, que representou a diretoria da autarquia. 

Na ocasião, a enfermeira Maria Williane Firmino de Araújo relatou detalhadamente o ocorrido, informando que foi desrespeitada, ameaçada e insultada pelo médico Fábio Pessoa Tavares de Lyra, durante um plantão, em julho do ano passado. Ele também foi formalmente comunicado sobre a solenidade, mas não compareceu ao ato.

O Coren-PE recebeu a denúncia em setembro de 2024 e o processo foi analisado, julgado e deferido em 18 de outubro do mesmo ano, levando o Conselho a proceder com o rito que culminou na cerimônia desta quarta-feira (22).

Em reunião com a comitiva do Conselho, a direção da unidade informou ainda que abriu um processo administrativo para apurar o caso, além de tomar medidas administrativas em conformidade com os protocolos da Secretaria Municipal de Saúde.

"Para a nossa categoria, o desagravo público é essencial na luta por respeito e reconhecimento. Ele nos permite restaurar nossa dignidade diante de ofensas, reafirmando a importância do nosso trabalho nas equipes e para a saúde da sociedade. Previsto no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem e na Resolução Cofen 433/2012, o desagravo não apenas fortalece nossa identidade profissional, mas também promove um ambiente de valorização e ética, indispensável ao exercício da nossa função", ressaltou Dra. Ana Caroline Novaes.

Desagravo público 

O rito de desagravo público é realizado após análise de denúncia fundamentada e permite que o profissional solicite a reparação pública de ofensas, conferindo-lhe o direito de resposta e promovendo a reparação da sua imagem perante a sociedade e sua categoria, em conformidade com os princípios éticos e legais que regem a profissão.