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'R$ 7 foi o que valeu a vida do meu marido', diz mulher de mototaxista assassinado por PM

Velório de Thiago Fernandes Bezerra, de 23 anos foi realizado, nesta segunda (2), sob muita revolta e consternação, em Camaragibe, no Grande Recife

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O clima de desespero e revolta tomou conta do velório do mototaxista Thiago Fernandes Bezerra, de 23 anos, esta segunda-feira (2), em Camaragibe, no Grande Recife.

 

O jovem foi assassinado durante uma discussão rápida, em via pública, após uma corrida, no domingo (1º), na mesma cidade. O suspeito do crime é o policial Venílson Candido da Silva, 50.

 

A esposa da vítima, identificada como Débora, fez um desabafo contundente sobre a perda do marido, atingido por um tiro. 

 

“Eu imaginava que ele pudesse perder a vida de diversas formas, mas por um policial, que é pago para proteger a gente, bêbado? Como uma pessoa sem controle emocional a ponto de tirar a vida do outro por conta de R$ 7 passa na polícia? R$ 7 foi o que valeu a vida do meu marido. São sonhos destruídos”, disse à TV Guararapes.

 

Segundo informações de testemunhas, Thiago foi baleado e morto por causa de uma discussão sobre o valor da corrida, que totalizou R$ 7. O policial teria se recusado a pagar.

 

Imagens de câmeras de segurança mostram o momento do crime. 

 

Thiago pilota a moto com o policial na garupa. O condutor para em um determinado ponto, no bairro Alberto Maia, e o PM desce. Os dois discutem por poucos segundos. Thiago chega a abrir os braços, como se questionasse alguma ameaça do policial.

 

O PM, então, recua alguns passos e dispara na vítima, que cai no chão. 

 

Em seguida, o autor do crime tira o capacete, coloca ao lado do corpo e sai.

 

Prisão preventiva 

 

O suspeito do crime está internado sob custódia no Hospital da Polícia Militar de Pernambuco, no Centro do Recife. Ele teve a prisão preventiva decretada.

 

[SAIBAMAIS] 

 

Em nota, a Polícia Militar informou que aprendeu um revólver calibre 38 com o policial e abrirá um processo administrativo, que poderá resultar na expulsão dele da corporação. O caso é investigado 10ª Delegacia de Polícia de Homicídios (DPH).