Fusce pretium tempor justo, vitae consequat dolor maximus eget.
Pulmões da cidade: veja como as áreas verdes do Recife contribuem para maior qualidade de vida na capital
Preservação ambiental é essencial para a melhora da qualidade de vida
Com o crescimento urbano desordenado, as cidades figuram como um grande alvo de problemas urbanos e ambientais. As ilhas de calor, por exemplo, são um fenômeno climático urbano caracterizado pela maior temperatura das cidades. Aspectos como superfícies que absorvem mais calor, poluição, e a impermeabilização do solo contribuem para essa realidade.
Do ponto de vista ambiental, é essencial entender a importância da manutenção e preservação de áreas verdes urbanas, como instrumento de melhora da qualidade de vida. As áreas verdes contribuem para a conservação da água, do solo e da biodiversidade nas cidades do Brasil, além de promover benefícios à saúde da população.
Recife: cidade verde
A cidade do Recife foi destaque no ranking do Programa Nacional para Áreas Urbanas Cidades %2b Verdes, do Ministério do Meio Ambiente realizado em 2018. De acordo com o levantamento, a cidade foi a segunda em todo o país com mais áreas verdes urbanas.
Ao todo, conforme repassado pela Secretaria de Meio Ambiente e Sutentabilidade, o Recife proporciona cerca de 60m² de área verde por habitante, número que é cinco vezes maior do que a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), que sugere um mínimo de 12m² de área verde por habitante.
Recife ainda possui 91,9 km² de área verde, o que representa 42,1% do seu território. Boa parte da cobertura vegetal é formada principalmente pelas Unidades de Conservação da Natureza (UCNs), que correspondem a 38% do território.
A Prefeitura do Recife informou ao Diario que na cidade do Recife atualmente existem mais de 660 áreas verdes, entre praças, parques e refúgios. Desse total, a cidade possui 13 parques. São eles: Parque da Jaqueira; Parque da Macaxeira; Parque de Apipucos; Parque Arraial do Forte; Parque de Santana; Parque do Caiara; Parque 13 de Maio; Parque Robert Kennedy; Parque Dona Lindu; Sítio da Trindade; Parque das Graças, Parque Arnaldo Assunção e Parque da Tamarineira.
Recife também possui 15 Jardins Históricos - instituídos através do Decreto Municipal 29.537/2016 - projetados pelo paisagista Roberto Burle Marx, dentre os quais as praças de Casa Forte, Euclides da Cunha, da República, o Jardim do Campo das Princesas, além das Praças do Derby e Salgado Filho, também tombadas pelo IPHAN.
Além do Parque da Tamarineira, que é uma UCN, recentemente a cidade também ganhou o Jardim do Poço e dez Praças da Infância nos bairros e localidades de Ipsep, Dois Unidos, Encruzilhada, Compaz Miguel Arraes, San Martin, Ibura, Entra Apulso, Tejipió, Madalena e Poço da Panela. Há mais uma em construção, no Parque 13 de Maio, com previsão de conclusão no segundo semestre. Também está em obras o Parque Eduardo Campos, na Zona Sul.
Procurada pelo Diario de Pernambuco, a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), repassou as maiores áreas de gerência do órgão na capital pernambucana.
Reserva de Floresta Urbana (FURB) Mata de Dois Unidos - 34,72 hectares
Reserva de Vida Silvestre (RVS) Mata do Curado - 102,96 hectares
RVS Mata de São João da Várzea - 64,52 hectares
RVS Engenho Uchôa - 171,05 hectares
Todas essas regiões citadas não podem ser acessadas pela população, por serem preservação e conservação. A única aberta ao público é o Parque Dois Irmão 1161,4 hectares, que é gerida pela Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha (Semas-PE).
A equipe de reportagem do Diario procurou também o urbanista Francisco Cunha. Ele destacou alternativas para melhorar a arborização da cidade e a conexão das áreas urbanas com as áreas verdes, como por exemplo o projeto do Parque Capibaribe, que também é uma medida para lidar com os aumentos do nível do mar que ameaçam o Recife.
“O projeto prevê uma conexão entre as margens do rio que cortam recife em parques ruas. A pesquisa levantou a hipótese de Recife ser uma cidade parque, aproveitando as áreas verdes para transformar tudo em cidade parque, com qualidade com praças e parques, com espaços públicos de qualidade, como por exemplo Londres é. O estudo pegou apenas a bacia do capibaribe, mas há também do Beberibe e do Tejipió”, explicou.
A respeito do potencial de integração entre os espaços verdes e os urbanos, o consultor também ponderou sobre questões legislativas.
“Recife tem potencial para ser uma cidade mais arborizada. Não só do ponto de vista da arborização pública, tem sido plantadas mais árvores na cidade. Esse trabalho de plantio de árvores é incessante. Tem outro aspecto que é o controle mais rígido sobre as áreas verdes particulares, com o controle de desmatamento inclusive legislativo”, pontuou.
Por fim, Francisco ainda apontou a importância dessa integração para a aproximação da sociedade de uma forma geral.
Um estudo publicado na Revista Internacional de Pesquisa Ambiental e Saúde Pública - International Journal of Environmental Research and Public Health - concluiu que o aumento do espaço verde nas cidades pode fornecer qualidade de vida e bem-estar ampliados.
O estudo foi o primeiro a utilizar o NatureScore para estudar a correlação entre a exposição à natureza urbana e a saúde mental. A ferramenta utiliza vários critérios de avaliação de aspectos ambientais para calcular índices quantitativos e qualitativos do meio ambiente local.
“No geral, nossas descobertas destacam a importância de incorporar a natureza em nosso ambiente construído e estratégias de saúde para promover o bem-estar e a saúde mental”, concluíram os pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Texas A&M University.