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Prioridade é fazer diagnóstico para adotar medidas corretas no combate ao crime, diz secretário de Defesa Social

Em entrevista ao Diario de Pernambuco, Alessandro Carvalho falou sobre femincídios, plano de segurança e principais pedidos da população

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Foto: Romulo Chico/DP
Alessandro Carvalho falou sobre ações de combate ao crime
“O que estamos fazendo é detectar o que pode ser melhorado. É buscar sempre melhorar. A prioridade número um é sempre ter um bom diagnóstico sobre a situação e ter a informação mais próxima do real para tomar a decisão certa”. 
 
A  afirmação é do secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, que assumiu a pasta há 45 dias.
 
Em entrevista concedida ao Diario de Pernambuco, durante visita realizada nesta quarta (18), o gestor fez um balanço geral sobre o parâmetro atual da segurança pública no estado.

Acompanhado pela secretária-executiva da SDS, Dominique de Castro, o secretário detalhou os investimentos e as medidas que o governo tem tomado para reforçar as forças policiais para tentar reduzir os índices da criminalidade.
 
Desde que assumiu a pasta, Carvalho vem pregando a adoção de estudos e escutas públicas para adotar metas e diretrizes que integrarão as ações  do Plano Estadual de Segurança e Defesa Social. 
 
O plano faz parte da política estadual “Juntos Pela Segurança”, lançado pela governadora Raquel Lyra (PSDB), em 31 de julho deste ano.

Ele falou também sobre ações de qualificação. No dia 27 deste mês, terá início uma ação para policiais civis e militares para um atendimento mais humanizado às mulheres vítimas de violência.
 
De início, segundo a pasta, serão 50 agentes que participarão da capacitação, em uma ação da SDS em conjunto com a Secretaria Estadual da Mulher. A pretensão da pasta é que outras turmas sejam abertas para abranger a qualificação das forças policiais. 

Segundo a SDS, de janeiro a setembro deste ano, as forças de segurança do estado aumentaram 16,6% o índice de produtividade policial. 
 
De acordo com a pasta, mesmo com o registro de 2.626 assassinatos, em nove meses, as ações de prevenção e repressão apontam uma alta na produtividade policial, com o total de 36 mil infratores presos em flagrante pelas forças de segurança no mesmo período. 
 
No mesmo período de 2022, Pernambuco contabilizou 2.478 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), tendo um aumento de 5,9%. 

Confira os principais tópicos da entrevista: 

Demandas da população

 “O trabalho é conhecer o que você tem e quais são as demandas da população. E não são poucas. O que é mais pedido é o reforço no policiamento, a implantação de mais delegacias da Mulher e mais delegacias de plantão 24 horas. O plano está em andamento, além de demandas que envolvem logística das forças, entre outros. A questão da segurança pública é complexa. É algo que temos que estar todos os dias dialogando com todos os setores, buscando recursos, um enorme processo de gestão”. 

Roubos a banco

 “Não tivemos investidas criminosas contra instituições bancárias este ano. Conseguimos neutralizar. Hoje, o volume de perda das instituições bancárias é 99% digital e 1% de força bruta. Mas, eu não digo que terminou esse ciclo. O que acontece é que os grupos começam a atuar, aterrorizando, fazem uma, duas ações, e depois os suspeitos morrem, ou praticamente todos morrem, em confronto com as forças policiais. Ou são presos. Então, atualmente, quem integra esses bandos ou está preso, ou está morto. Em certo tempo, eles se reúnem e voltam a atuar novamente. Estamos sempre trabalhando na inteligência para combater essas células criminosas”, destacou. 

Feminicídios

“Houve um aumento de registros. Isso é ruim? Não consideramos que isso seja ruim. Porque violência está existindo nas casas e nós não estamos vendo. Portanto, a mensagem que deixamos é o incentivo dos registros. Todo feminicídio (quando a mulher é morta por uma questão de gênero) dá sinais antes de acontecer. Começa com uma agressão verbal, uma agressão física, ameaças e até o fato consumado. Então precisamos intervir, mas isso precisa ser feito com a realização dos registros”. 

Câmeras nas fardas

“Eu sou a favor da instalação das câmeras acopladas no fardamento dos policiais. Há muitos benefícios nessa questão. Você tem a geração de câmera, mas as que servem são as mais modernas. Isso não é barato, pois as mais atuais fazem reconhecimento facial junto com os dados de inteligência. O recurso que temos é limitado e vamos utilizá-lo”.

Concurso para aumentar efetivo policial 

“O concurso das forças de segurança para 2024 será um importante reforço no aumento do efetivo policial. Serão 3.805 vagas ofertadas, sendo destas, 2.400 pare preencher o quadro de praças e 300 para oficiais. O ideal seria ter concurso todo ano? Sim. Porém, o estado não possui recursos para isso. Nenhum secretário de segurança dos estados do Brasil pode dizer que tem o número suficiente de agentes da segurança, Isso é um problema nacional”, destacou.