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ONG AMOTRANS celebra 15 anos de atuação

Criada em 2008, a organização trabalha na defesa dos direitos humanos de pessoas travestis e transexuais

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Foto: Divulgação
O Festival 15 anos AMOTRANS acontecerá no próximo sábado (26)
Em comemoração a trajetória de 15 anos de atuação, a Articulação e Movimento de Travestis e Transexuais (AMOTRANS), Organização Não-Governamental sem fins lucrativos, realiza no próximo sábado (26) o “Festival 15 anos AMOTRANS”. A ONG criada em 2008 trabalha na defesa dos direitos humanos de pessoas travestis e transexuais, considerando a vulnerabilidade e contexto sociopolítico dessa população, agindo por meio de projetos e ações em Pernambuco. 

A festa gratuita e aberta ao público acontece no Pátio de Santa Cruz, na rua da Santa Cruz, 61, no bairro da Boa Vista, área central do Recife, a partir das 17h e traz uma programação repleta de música, arte, militância e alegria. Entre as atrações estarão: Dany Myler, Joelminha, Gaby Lima, Kelly Olliveira, Val Ravache, O Bonde e performances de Marcelly Treitine e Lilian Fonthinelly. O evento terá a apresentação de integrantes da equipe da entidade, Ruby Nox, e Fabianna Mello. Para mais informações sobre o evento acompanhe o Instagram da ONG, @amotrans.pe ou entre em contato pelo WhatsApp (81) 98774-1838. A comemoração conta com a parceria e o apoio da Prefeitura do Recife, Fundarpe, Empetur, do ReCentro, Governo do Estado de Pernambuco, e do Festival La Folie. 

A instituição é a primeira a surgir pela mobilização das travestis Glayceanne Andrade, Aleika Barros, Elaine Fênix, e Francine Correia para o desenvolvimento de projetos para pessoa trans e travestis no Estado. Ruby Nox, coordenadore de Comunicação e Cultura da AMOTRANS, trans não-binárie, artista, dragqueen e participante dos espetáculos teatrais da entidade relembra que no ano da fundação da articulação, Pernambuco ocupava o 5° lugar no Brasil em casos de assassinatos de pessoas LGBT. “A criação dos ambulatórios LGBTs, que levam o nome de travestis que foram da nossa instituição, como o Ambulatório Patrícia Gomes no Recife, o Ambulatório Darlen Gasparelle em Camaragibe e o Ambulatório Rafaella Cicarelly em Olinda. Além de estarmos presente na construção de diversas atividades políticas e culturais no estado, como na Parada da Diversidade de Pernambuco, Festival Janeiro de Grandes Espetáculos, entre outros”, descreveu Ruby sobre as principais conquistas alcançadas pela ONG em sua trajetória de trabalho. 

Ruby destaca que após os 15 anos de movimento, a instituição se depara com os dois lados de moeda: “um que mostra que conseguimos avançar com ferramentas de criminalização da LGBTfobia no estado e também ferramentas de apoio a comunidade na área da saúde, principalmente. Porém, do outro lado, encontramos um declínio nos que se refere aos casos de transfobia em Pernambuco, o que nos faz pensar em o que podemos fazer para superar essa realidade, e continuar fazendo a diferença não só no estado, mas no Brasil. Mas, aprendemos a celebrar e comemorar cada conquista ao longo do caminho, são 15 anos de luta e resistência, mobilizando políticas públicas para nossa população, inclusão da nossa comunidade junto a toda a sociedade e fomentado o resgate e a memória daquelas e daqueles que fazem a diferença para nós”.

O grande desafio da ONG é a manutenção dos seus projetos. O funcionamento das atividades são possíveis através de doações, parcerias e financiamentos de editais. “Estamos com boas perspectivas no sentido de crescer e atingir cada vez mais pessoas. Agora, com a criação de um espaço voltado qualificação técnica, que será o braço forte da instituição. O Centro de Convivência e Qualificação para Travestis, Transexuais, Lésbicas e Mulheres Bissexuais, que homenageia uma das nossas afiliadas, Alexia Oliveira, vem para viabilizar o conhecimento e abrir portas no mercado de trabalho para aquelas e aqueles que precisam de oportunidades para melhorar sua condição vida. Além disso, continuamos firmes contribuído para construção de políticas públicas que melhorem as condições da nossa comunidade”, afirmou Ruby sobre os próximos passos da AMOTRANS.