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Grande Recife tem transtornos com a greve dos ônibus e paralisação do Metrô

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Muitos passageiros buscaram sair mais cedo e saíram em ônibus lotados logo às 5h, mas no decorrer da manhã os terminais estavam vazios e sem ônibus para o subúrbio
O primeiro dia de greve dos rodoviários e metroviários, nesta quarta-feira (26), teve a frota de ônibus reduzida, segundo o Grande Recife, foi solicitado aos rodoviários que cumprissem a frota mínima de 80% dos coletivos nos horários de pico. Enquanto o metrô segue desativado por 48h, e os BRT também estão desativados. O Sindicato dos Rodoviários afirma que a greve é por tempo indeterminado, e os Metroviários têm a paralisação prevista até meia-noite da sexta (28). Os passageiros enfrentaram transtornos diante a longa espera, superlotação e grande engarrafamento, devido a muitos automóveis nas ruas causando engarrafamentos nas principais vias. 

Durante o período da manhã, o metrô permaneceu fechado e sem operar, já os ônibus operaram com a demanda instável de horário, pois os veículos eram liberados das garagens de acordo com cada empresa. As empresas recorreram a motoristas terceirizados, que rodaram tentando manter as viagens e os horários. Alguns motoristas informaram que estão recebendo por diárias, para cobrir os rodoviários que estão em greve. As integrações PE-15, Terminal Integral da Joana Bezerra e da Macaxeira apresentavam poucos passageiros, e em sua grande maioria para ônibus que seguiam para o Centro do Recife.

No entanto, algumas linhas com saída do Centro no sentido subúrbio estavam sem operar, como foi o caso de Jeferson Santos, de 24 anos, que aguardava o 901- T.I Abreu E Lima/T.I Macaxeira, ele diz que estava a mais de 60 minutos esperando o ônibus, estava tentando voltar para casa após trabalhar a noite no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa). “Estou há 1h 20 min esperando pelo ônibus, e não tem nenhum retorno, nem mesmo vi um ônibus chegando aqui na integração da Macaxeira. O jeito agora é pedir um veículo por aplicativo, porque está demorando demais”, disse o comerciante. 

Alguns passageiros se adaptaram e procuraram meios para não sofrer com a paralisação. E buscaram os aplicativos de transporte. "Peguei uma moto por aplicativo em Camaragibe para chegar no terminal da Joana Bezerra, e daqui vou pegar um ônibus para o Rio Mar, ainda vou chegar a tempo no trabalho". Nathan Ribeiro, de 19 anos.
 
Já no início da tarde, o Sindicato dos Rodoviários realizou uma caminhada saindo da Avenida Guararapes com um carro de som e alguns rodoviários, enfatizando as reivindicações de aumento de salário e ticket. Durante a caminhada, as principais avenidas Conde da Boa Vista e Agamenon Magalhães ficaram com uma faixa interditada com ônibus que ficaram parados das 12h às 13h, como ato de protesto. 
 
Com tantos transportes de aplicativos nas ruas, o tráfego foi intenso sentido Centro do Recife, muitos carros estavam na rua e tornou o trânsito lento, principalmente na PE-15, BR-101, Avenida Caxangá e Avenida Abdias de Carvalho. E muitos motoristas de aplicativo foram pegos de surpresa, pois aguardavam pegar um número maior de viagens. “A demanda está muito baixa mesmo, e também começou a aparecer muitos ônibus às 7h. As empresas se prepararam, colocaram ônibus motoristas freelancers (terceirizados). Facilitou para o passageiro, e prejudicou um pouquinho a gente que está esperando a demanda alta. E as algumas empresas privadas também se prepararam, também e colocaram muitos ônibus e vans exclusivos na rua”. Hugo Carlos da Silva, de 26 anos, motorista de aplicativo.

A greve segue por tempo indeterminado, os BRT e suas paradas não estão em funcionamento, assim como as 37 estações de metrô que estão fechadas (Linha Centro, Sul e VLT). Após a reunião que ocorreu nesta terça-feira (25), em uma negociação que não houve acordo entre as partes do Sindicato do Rodoviários e a Urbana-PE.  

Diante a solicitação dos rodoviários de 5% de reajuste salarial, R$ 500 de aumento no vale-alimentação e da gratificação pela dupla função (cobrador) exercida para R$ 200. Em contraproposta, a Urbana ofereceu acréscimo de 3% no salário, vale-refeição com R$ 370 de aumento e R$ 150 para a gratificação. O Sindicato não aceitou a proposta e consolidou a greve, decretada para esta quarta.

A estimativa é que a paralisação dos ônibus e do metrô atinge 2 milhões de pessoas que dependem dos transportes todos os dias.