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Vítima de tubarão, Kaylane pede ajuda em vaquinha virtual
Com uma imagem de fundo preto, na rede social Instagram, Kaylane Timóteo Freitas, de 15 anos, a jovem que teve o braço esquerdo arrancado por um tubarão, no dia 6,fez um depoimento emocionado sobre o que vivenciou.A postagem, assinada pela própria Kaylane, é das 22h do último domingo.
No texto, a adolescente se reconhece como “sobrevivente”, chama o que aconteceu na praia de Piedade de “incidente” e fala da sua força diante da tragédia e dos comentários que tem visto nas redes sociais, que ela classifica como desagradáveis. O post inaugurou o perfil @vakinhaparakay, que divulga uma ação coletiva na startup social www.vakinha.com.br, com o objetivo de arrecadar, segundo a campanha que está no ar, R$ 30 mil, para custear uma prótese para o braço perdido e outras despesas.
Kaylane teve alta na última segunda-feira. “Fizeram comentários maldosos e muitas piadas sobre isso. Sinceramente, nos primeiros dias isso me afetou, mas graças a
Deus, agora eu entendo que metade dessas pessoas que fizeram esse tipo de coisa não aguentaria nem metade da metade de toda angústia, medo, aflição e dor que eu tive”, desabafou.
Na postagem, ela também lembrou que não queria que imagens do incidente fossem divulgadas. “No dia do meu incidente muitos vídeos acabaram sendo divulgados, mesmo sendo a coisa que eu mais pedi para não fazerem”, afirmou Kaylanne, que fez um apelo sobre a vaquinha virtual criada pela família. “Espalhem isso, igual espalharam o vídeo, só que agora por uma boa causa”, pediu.
A família, que tinha tentado fazer com que o nome da garota não circulasse, após o incidente (na verdade, o nome fora divulgado pela Polícia Militar) decidiu abrir a vaquinha virtual há quatro dias.Até o fimdanoite de ontem, cerca de 16% havia sido arrecadado (mais de R$ 4,7 mil).
77 CASOS
Kaylane foi atacada dentro do mar da Praia de Piedade. Ao ser resgatada, a menina já estava sem o braço esquerdo. Foi levado às pressas ao Hospital da restauração, onde passou por horas de cirurgia para reconstruir tecido, músculos e nervos rasgados pela mordida do predador marinho, cuja espécie ainda não foi identificada pelo Comitê de Monitoramento de Incidentes com Tubarões, o Cemit, órgão que, desde os ataques recentes, passou a ser ligado diretamente à Secretaria do Meio Ambiente (antes pertencia à Secretaria de Defesa Social). Um dia antes de Kaylane, outro adolescente foi atacado, Claudemir Gleybson Ferreira Herculano, de 14 anos. Ele foi mordido a cerca de 500 metros do local do ataque da adolescente do dia seguinte. Claudemir também foi acolhido ao HR, onde ainda está internado, mas teve a perna direita amputada.
Foi o terceiro ataque de tubarão em pouco mais de duas semanas. No mês passado, um surfista fora mordido na praia dos milagres, em Olinda,mas não sofreu amputação. Com isso, subiu para 77 o número de ataques em Pernambuco, desde 1992. Após os incidentes, o Cemit foi turbinado pelo governo do estado, que refez as parcerias com as universidades do estado.