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Instituto Brasileiro do Frevo nasce no Recife para expandir ritmo além do carnaval
A Casa do Carnaval, no Pátio de São Pedro, área central do Recife, agora também é o endereço do Instituto Brasileiro do Frevo (IBF). A novidade traz até a capital pernambucana um espaço onde ações para expandir o frevo aos outros meses do ano, além do período de carnaval, serão promovidas. O lançamento foi realizado nesta quarta-feira (14), data em que se comemora nacionalmente o ritmo que também é um Patrinônio Cultural Imaterial da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Maestros, poetas e cantores participaram do evento, que começou com um discurso do presidente do IBF, Eduardo Araújo, e foi levado ao Pátio de São Pedro com apresentações de frevo. Passistas das cidades do Recife e Olinda encantaram o momento ao som instrumental da Orquestra Popular do Recife, da Orquestra Arruando, da Orquestra Só Mulheres e da Orquestra do Maestro Oséas. Os cantores Gustavo Travassos e Nena Queiroga, assim como o maestro Formiga, marcaram presença no lançamento.
O presidente Eduardo assegurou que o movimento é 100% formado por pessoas que fazem parte da manifestação cultural de destaque no Nordeste do Brasil, sobretudo em Pernambuco. Para ele, “estar dentro” do frevo possibilita uma maior união no combate às dificuldades enfrentadas pela classe. “O Instituto nasce com essa necessidade de unir forças. O coletivo é feito por pessoas que atuam no frevo, são carnavalescos, músicos, dançarinos e gente que atua no frevo e sabe das dificuldades que enfrenta todos os anos”, iniciou.
Ele também frisou algumas das principais intenções que existem com o nascimento do espaço, apontando a necessidade da criação de políticas públicas voltadas para a área. Exemplificando a sobrevivência diária com um “almoço”, ele fez um paralelo sobre o esquecimento do ritmo em períodos que fogem da época carnavalesca.
“Reunir o pessoal que está passando por dificuldades e realizar fóruns para juntar gestores que podem mudar a situação, incentivando políticas públicas para atuação do pessoal do frevo durante o ano todo e não apenas no carnaval. A gente não só almoça no carnaval”, afirmou Araújo.
Tomando como inspiração a expansão de outros gêneros, como forró e samba, o responsável pelo Instituto projetou com otimismo um cenário onde o frevo seja vivido o ano todo. “O frevo pode ser ouvido e praticado durante o ano todo, não precisa ser só no carnaval. O forró saiu do período junino, o samba não se toca só no carnaval. Está na hora da gente estimular o pensamento da população. A nossa cultura não é fechada, ela é do carnaval e do ano todo”, finalizou.
Uma prática que faz bem à saúde
O frevo possibilita benefícios para as saúdes física e mental, e é responsável também por potencializar o lado social. Foi o que sinalizou o profissional de educação física, Fred Lopes, ao indicar a presença de substâncias que fazem bem ao corpo durante a prática.
“O frevo proporciona diversos benefícios, tanto nos campos físico e social, como no mental. O ritmo é frenético e acelera a frequência cardíaca, fazendo com que o nosso corpo libere diversas substâncias benéficas ao organismo, trazendo sensações de bem-estar e satisfação”, disse.
Aprofundando sobre os diferentes níveis da dança, Fred classificou as duas formas de aproveitar o frevo, seja a nível de diversão ou num sentido mais “profissional”, cada uma com suas características - e exigências.
“O frevo possui passos dos mais diferentes graus de dificuldades, e se o praticante pretende atingir níveis superiores de habilidade, precisará de bom condicionamento físico e muita força nos membros inferiores, assim como na região abdominal, além de uma boa flexibilidade. Porém, se o objetivo for apenas diversão, o fôlego vem naturalmente pelo prazer da prática e também pelas companhias que têm a mesma energia e a mesma alegria ao som do frevo e com o balançar das sombrinhas coloridas”, explicou.