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Um amor chamado mãe

Neste domingo, Dia das Mães, fugindo da data comercial, o Diario de Pernambuco traz algumas histórias desse que é o primeiro, talvez mais intenso, caso de amor que existe

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Há quem passe semanas antes de cada Dia das Mães pensando no presente que vai dar ou no almoço que vai fazer. Mas sabem esses que (não que lembrancinhas ou lembrançonas não importem, portanto tirem a mão do bolso!) elas precisam de tão pouco. Geralmente, aliás, o que precisam já o têm: o amor de seus filhos, o incondicional amor de quem colocou no mundo.

O amor de uma mãe está presente em todos os dias do ano, com carinho, preocupação, ajuda, e bronca, claro. E o reconhecimento também deveria ser diário.

 No Brasil o dia começou a ser comemorado em 1918, mas só a partir de 1932 passou a ser celebrado oficialmente em todo o país.

Neste ano resolvemos contar a história de algumas “mainhas” para deixar todo mundo de coração quentinho. Coisa, que, aliás, elas são especialistas.

 

Avó, mãe duas vezes

Maria Rosane Andrade, 70 anos, é apaixonada pelo filho Rhassanno, 50, e seus netos Renato, 23, e Maria Clara, 19. Ela conta que se sente realizada com a maternidade e que, além do filho, os netos também são espelhos de seu amor maternal. “Eu me sinto realizada. Vejo que o que plantei gerou bons frutos. Meu filho é perito da Polícia Federal, meu neto é engenheiro e minha neta estuda medicina. Ser mãe é uma sensação inexplicável, e ser vó, outra maior ainda”, diz.

Maria foi mãe aos 19 anos. Mas diz não contr o nascimento como marco de sua maternidade, mas sim a gravidez.“Sentir uma vida crescendo dentro da gente é algo inexplicável. Comprar o enxoval e esperar o bebê chegar. Na festa de um ano de meu filho, meu marido, Gilson, e eu estávamos muito felizes. Eu me lembro daquele dia como se fosse hoje. Gilson fez com que tudo saísse perfeito”, relembrou, apontando que a experiência mereceu ser vivida, e, de certa forma, foi, no crescimento dos netos. “Acompanhar o crescimento, a escola, a faculdade, o trabalho, o casamento, os filhos e todas as outras realizações, não tem preço.”

A veterana mãe afirma, com convicção, que a maternidade mudou sua vida. “Neste domingo, todas as mães merecem parabéns. E digo que todas temos que lutar por nossos filhos. Cada filho tem uma personalidade diferente e temos que lutar sempre por eles. Independente de serem nossa crianças ou adultos”, afirma.

 

Uma vida a mais nesse mundo

Miriam Lira, 25 anos, teve seu primeiro filho, Gabriel, aos 17. Hoje, está à espera de seu segundo, com dez semanas de gestação, ansiosa para saber se será um menino ou uma menina. Constituir uma família, de cordo com ela, é um sonho realizado. “Quando passei mal, um dia desses, tive de ir para um hospital, mas eu só pensava no meu bebê, mesmo com pouco meses. Essa sensação fez com eu me sentisse tão mãe quanto primeira gravidez”, diz. 

Miriam conta que a vida de uma mãe é mais complicada do que muitas pessoas imaginam. “Quando uma mãe está esgotada, as pessoas costumam criticar. Isso é muito chato. Você dedica sua vida a um filho, com amor, carinho, atenção, preocupação. E busca tudo de melhor para ele. Eu trabalho e cuido de meu filho, e mesmo assim as pessoas criticam. Se eu não trabalhasse, também me julgariam. As mães precisam de apoio”, pontua.

A mamãe do Gabriel conta que sempre quis ter dois filhos e agora está vendo seu sonho se tornar realidade. “É maravilhoso ser chamada de mãe, é uma sensação maravilhosa que não sei como descrever, apenas sentir. Daqui A alguns meses, serão dois para me chamar de Mamãe”, afirma, emocionada.

 

Amor vindo de todos os lugares

As dificuldades foram presentes na vida de Thabata Alves, 42, com suas duas primeiras gestações, interrompidas após complicações. Ela passou por momentos de tristeza, mas um tempo depois, reergueu-se e achou um novo foco para todo amor em seu peito: decidiu adotar uma criança. Em 2015, Lucas chegou em sua vida, aos 6 aninhos. A experiência foi tão rica, que, apenas um ano depois, Thabata também adotou Lorena, então com 9.

“Eu fiquei muito emocionada quando me ligaram para informar que o Lucas chegaria. Eu me tremia toda. Eu senti o ‘parto’ do Lucas. Minha segunda filha é mais velha. Fui buscá-la no Sertão. Era apenas o dia da visita, e o juiz me concedeu a guarda ali mesmo. Fiquei muito feliz. A maternidade é uma construção, e o amor uma decisão”, conta.

Thabata foi pega de surpresa com a chegada de Théo em 2018, e Sofia, em 2020. A mamãe, que já tinha fechado sua conta com dois filhos, fora então presentada em dobro. “Não há diferença do jeito que o filho vem. Isso pouco importa. Eu tive o tempo de maturação, durante a adoção de Lucas e Lorena, para sonhar com isso, assim como de Theo e Sofia”, pontua.

Ela conta que ouvir mamãe de todos a deixa muito emocionada. “A filiação não vem quando você assina o documento da adoção, nem momento quando você tem naturalmente um bebê. É uma mor que se constrói no cuidado e no respeito. Ser mãe dos quatro é a aventura mais fantástica que eu já vivi, mas também é responsabilidade grande”, finaliza.

 

Supermãe e seus quatro “poderes”

 

A mamãe do Arthur, 10, Breno, 6, Sophia, 4, da Hellen de um aninho, é a Sheila Albuquerque, de 27 anos. Ela conta que nunca tinha sonhando em ser mãe, mas, quando se casou, mudou de ideia. “Eu queria muito engravidar, apesar de, na época, ainda estar no terceiro ano do ensino médio. Ao receber o resultado positivo, nem me preocupei: já me senti mãe”, conta.

Atualmente Sheila trabalha, não mora mais com o pai das crianças e conta que ser mãe solteira é complicado. “Não é fácil ser pulso firme e ao mesmo tempo ser o colo acolhedor. Como mãe solteira, eles só têm a mim. Sou eu por eles sempre. Eu nasci para ser a mãe de Arthur, Breno, Sophia e Hellen”, afirma decididamente.

Sheila diz sentir que “ser mãe é receber o amor mais verdadeiro que existe”. Ela afirma que seus filhos são o motivo de continuar lutando todos os dias. “Eu tive depressão e crises de ansiedade terríveis. Meus filhos foram meu alicerce, fizeram com que eu nunca chegasse  ao fundo do poço.”