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Suspeito de matar MC Boco do Borel a tiros durante show em Serrambi é preso
A Polícia Civil de Pernambuco prendeu, na madrugada do domingo (6), o suspeito de matar Paulo Roberto Gonçalves Cavalcanti, o MC Boco do Borel. O homem foi preso quando saía de uma festa em Porto de Galinhas após um mandado de prisão temporária ser expedido pelo Juízo da Vara Criminal da Comarca de Ipojuca.
O nome do suspeito ainda não foi divulgado pela Polícia Civil, que dará detalhes da prisão durante uma coletiva de imprensa, que está marcada para às 11h desta segunda-feira (7).
Relembre o caso
O nome do suspeito ainda não foi divulgado pela Polícia Civil, que dará detalhes da prisão durante uma coletiva de imprensa, que está marcada para às 11h desta segunda-feira (7).
Relembre o caso
Paulo Roberto Gonçalves Cavalcanti, mais conhecido como MC Boco do Borel, de 34 anos, foi assassinado a tiros na madrugada do domingo, 26 de dezembro, em um bar em Serrambi, município de Ipojuca, no litoral Sul pernambucano. O cantor se apresentava no local quando foi alvejado por 15 tiros por um homem com uma touca ninja. Conhecido como um dos pioneiros do brega funk junto com MC Sheldon, Boco deixou um legado, mulher e quatro filhos.
De acordo com a Polícia Civil, o cantor estava com perfurações de arma de fogo. Segundo o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, um homem com uma touca ninja chegou em frente ao palco e efetuou vários disparos de arma de fogo. O bar não tinha câmeras de segurança.
A perícia informou que foram 15 perfurações por todo o corpo do MC, inclusive na cabeça. Ele chegou a ser levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Serrambi, mas não resistiu aos ferimentos.
A esposa de MC Boco, Allyne Cristina, pediu por justiça nas redes sociais. Ela falou, ainda, para parar de "achismo" sobre a motivação da morte do marido. "Parem de achismo ou afirmar coisas que vocês não sabem, que foi morto porque era envolvido com crime, associando a morte com a prisão dele. Ele não era traficante, bandido e muito menos envolvido com nada. Era apenas um cantor que se dava bem com todos os tipos de pessoas", disse.
"Boco era um profissional, não devia, entrava e saia em qualquer lugar. Se ele devesse, como que um cara iria ter uma profissão de cantor, sabendo que teria que entrar em vários locais para fazer shows? Foi uma covardia, a verdade foi essa. A capacidade do ser humano, aliás, não sei se posso chamar de ser humano, subir em um palco para tirar a vida de um artista (pai, esposo, filho) que chegou na casa de show e ficou esperando seu horário de tocar. As pessoas não sabem de nada, absolutamente nada. Acho que ficou claro, meu marido foi assassinado friamente por ser esse cara que ele sempre era", lamentou Allyne, com revolta.
O discurso da esposa de Boco foi porque o cantor havia sido preso em junho do ano passado com mais três homens por estar com 670 gramas de derivado de pasta base de cocaína. Ele ficou em prisão preventiva até outubro deste ano, quando foi liberado. Na época, a assessoria negou o envolvimento do artista, "ele estava no local errado e na hora errada".
A dupla Sheldon e Boco, que deu o pontapé no brega funk do Recife em 2007, cantou junto até 2014, quando MC Sheldon decidiu seguir carreira solo. A dupla e as músicas são muito marcantes não só para o empoderamento do brega funk, da favela, e da sua história, mas também para quem gosta do ritmo. "O que eu e Boco vivemos juntos não tem como apagar. Com ele foi embora a metade da minha trajetória, da minha carreira e isso me dói muito. Quantas coisas eu e aquele cara passamos juntos, quantas guerras, quantos sofrimentos, quantas conquistas?", questionou MC Sheldon nas redes sociais.