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Servidores do MPPE protestam contra PEC que limita autonomia do órgão

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Priscilla Buhr/AMCS
Encontro realizado em todo o país faz um convite aos cidadãos e cidadãs a se atentarem à tramitação da PEC 05, a fim de que não se tire a autonomia do órgão defensor da sociedade.
Um ato público contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 005/21, foi realizado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), na quarta-feira (13), no casarão da Associação do órgão (AMPPE), na Madalena, Zona Oeste do Recife. De acordo com o Ministério, o texto atual viola a autonomia da instituição e fere o sistema de justiça brasileiro. O protesto foi realizado em todo o País.

“Esse é um ato que marca mais uma vez a história de luta do Ministério Público Brasileiro pela preservação de suas atribuições constitucionais. Estamos unidos também às associações de classe e às procuradorias gerais de Justiça de todo país para buscarmos garantir a autonomia do MP brasileiro  e a independência funcional dos seus membros, de modo a seguirmos firmes na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e da cidadania como um todo”, pontuou o procurador-geral de Justiça, Paulo Augusto.

Durante o ato, o procurador-geral explicou que é importante entender que, pelo próprio texto constitucional, que o Ministério Público é uma instituição que zela pela defesa da cidadania e pelo combate à toda espécie de criminalidade, tendo enaltecido a necessidade de se manter íntegra a independência funcional dos membros e a autonomia da instituição. “É importante que todos os cidadãos e cidadãs atentem-se à tramitação dessa PEC 05, para que não se tire a autonomia do guardião da sociedade brasileira”, complementou.

Na ocasião, a presidente da Associação do MPPE, Deluse Amaral Rolim Florentino, também comentou a importância do ato pelo questionamento da PEC 05. “Como vamos combater a corrupção, a improbidade administrativa e até mesmo o crime organizado sem a liberdade de atuar, que está vinculada ao nosso ordenamento jurídico e à nossa consciência? Precisamos trabalhar sem ceder a interesses externos de qualquer natureza, especialmente política. Pretendem o controle político do Ministério Público e, nós, como órgão de classe, não vamos admitir isso”, ponderou Deluse Florentino.

Diálogo 
O Conselho Nacional de Procuradores Gerais (CNPG ) e a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (CONAMP) estão em busca do diálogo com o Parlamento para o aperfeiçoamento do texto da PEC 05 e até mesmo de sua retirada, caso não haja possibilidade de convergência em alguns temas.

“O que nós temos buscado é o estreitamento do diálogo com o parlamento brasileiro para garantirmos o respeito ao perfil constitucional do Parquet, conforme estabelecido pelo legislador constituinte na Carta de 88. Sem independência funcional, não tem como garantir à sociedade o que foi entregue pelo texto constitucional”, finalizou o procurador-geral, Paulo Augusto.