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Perigos do aumento da obesidade em tempos de pandemia

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Definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o acúmulo excessivo de gordura no corpo, a obesidade é uma doença crônica que atinge bilhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, dados da Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada em 2019, mostram que em um intervalo de 16 anos o número de pessoas obesas na faixa etária dos 20 anos ou mais dobrou. 

Uma pessoa é considera obesa quando o seu Índice de Massa Corporal (IMC) está acima de 30kg/m², segundo o coordenador da pós-graduação em obesidade e emagrecimento da Faculdade IDE, Flamarion Elias. Esse número é encontrado quando dividimos o peso pela altura ao quadrado. 

 

"A obesidade está intimamente correlacionada a hipertensão, diabetes, dislipidemias, apneia do sono, desregulações hormonais, impotência sexual, desregulação na microbiota intestinal, desregulação no controle da fome e saciedade, quedas de imunidade, desregulações menstruais, infertilidade, câncer, entre outros", revela o profissional.

Para Flamarion, que atende pessoas obesas e com sobrepeso há 15 anos e é autor de dois livros sobre emagrecimento, quando o IMC passar de 25kg/m² já é preocupante e aí é preciso focar em diferentes atividades, como exercícios por exemplo.

"Treine com aumento progressivo de intensidade, independente do método de treino, não faça dieta restritiva, nem dieta lowcarb, nem jejum intermitente. Faça exercícios de respiração e crie consciência de cada etapa do processo de emagrecimento", informa.

Um estudo publicado em 2021 por Bailey e colaboradores mostrou que houve um aumento de 52% no número de pessoas que ganharam peso durante a pandemia. Isolamento, ansiedade, redução do nível de atividade física, excesso de alimentos calóricos, foram algumas das causas.

"A ansiedade por dias melhores tem sido um dos motivos que tem agravado esse quadro. Ela causa aumento dos níveis de cortisol, adrenalina, o que leva as pessoas a comer mais, dormir mal e se exercitar menos. Neste cenário, ocorre também uma redução da cognição e do poder de planejamento das pessoas obesas, por conta de um processo inflamatório instalado no Sistema Nervoso Central por conta do excesso de gordura", explica Flamarion.

"Mesmo sendo um quadro considerado por muitas pessoas como difícil de reverter, é extremamente importante se cuidar para ter mais saúde e qualidade de vida. O tratamento contemporâneo é composto por planejamento alimentar, treino, protocolos de redução da ansiedade, monitoramento hormonal, e tratamento medicamentoso quando necessário", finaliza o docente.