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Avipa pede doações para realizar ação social com crianças da comunidade do Coque

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O mês de outubro carrega um significado enorme para a Associação dos Amigos da Vila do Papelão (Avipa), apelidada de “Casinha” pelos acolhidos da entidade. Além de ser o mês dedicado à preservação da infância e da felicidade das crianças, é também o mês que marca a comemoração de mais um ano de atividades da ONG na comunidade do Coque, área central do Recife, de acordo com Laurimar Thomé, coordenadora geral, e uma das fundadoras, da Avipa.

Laurimar relata que já são 17 anos de presença da Avipa no Coque, todos repletos de muita luta, companheirismo e paixão pelo trabalho de ajudar quem mais precisa. A coordenadora geral explica que o termo “Casinha”, como a associação é conhecida, refere-se aos aos pequenos imóveis que eram alugados para acolher as pessoas e realizar as atividades. Para comemorar o mês das crianças e a trajetória de resistência, a entidade realizará, no final de outubro, um evento beneficente a céu aberto para a criançada da comunidade, com muita comida e brincadeira.

“Estamos buscando arrecadar dinheiro para fazer um lanche especial, com direito a bolo, salgados e doces, e todo tipo de divertimento e guloseimas que as crianças merecem, mas  passaram tanto tempo sem ter. Os desafios são muitos e precisamos de toda ajuda possível, porque temos a previsão de atender mais de 300 crianças, pois a festa será em local aberto e acolherá qualquer criança, mesmo as que não estiverem inscritas no projeto”, afirmou a coordenadora geral da Avipa.

Laurinha, como Laurimar é carinhosamente chamada, relatou que, no cotidiano da comunidade, diferentemente do que acontece no imaginário popular, as crianças não têm tempo para brincar e aproveitar a infância, porque, dentro do contexto de vida dos seus habitantes, essa atividade é vista como algo secundário, sem importância. “Isso afetava as crianças, que necessitavam desse tipo de interação, dessa atenção mais afetiva, voltada para o lazer e para aprendizagem, então nós realizamos essas atividades com as crianças, com o intuito de suprir essa necessidade de atenção, porque a carência delas ia muito além do fator material”, expressou.

Com as atividades para crianças e ações sociais para os familiares, o trabalho da Avipa foi crescendo com o tempo, e passou de atender 70 famílias, em 2004, para atender mais de 100. Segundo Laurimar, atualmente, devido a pandemia, e com base nos cadastros que a entidade costuma fazer, a Casinha está atendendo cerca de 250 crianças, sem contar com aquelas que ainda não possuem cadastro, mas que a ONG consegue oferecer assistência às famílias.

Por causa da pandemia, a entidade tem observado uma forte diminuição nos números recentes de doações. Isso se deve por causa dos tempos difíceis, em conjunto com o fato de que a associação só recebe doações de pessoas físicas, pois ainda não existe nenhuma parceria com empresas ou convênio com municípios, fator esse que aumenta os problemas relacionados à fome e outras necessidades básicas.

“Por isso queremos reabrir a Casinha, porque ela, além de ser uma organização não governamental sem fins lucrativos, em que todos que atuam nesse projeto são voluntários sem remuneração, também tinha a característica especial de ser um local voltado para o acolhimento e a diversão das crianças nos fins de semana, quando abria as portas com horários pré-estabelecidos para as atividades, brincadeiras e oficinas interativas. Fazíamos excursões, oficinas de ioga, brincadeiras recreativas, contação de histórias e atividades culturais, de percussão e de artes, tudo para trazer alegria e educação às crianças”, explicou Laurimar.

Com a maioria dos voluntários já vacinados, a Casinha tem planos para retomar às atividades no início de novembro, após a festa das crianças. A associação receberá o suporte do grupo de jovens, que um dia foram as crianças atendidas e que agora vão ajudar as novas crianças da comunidade. As atividades presenciais estão previstas para acontecer na casa atual da Avipa, que também é alugada, mas que o grupo sonha em poder comprar, algum dia, para estabelecer ali sua sede, definitivamente. Em 2020, a entidade recebeu doações para conseguir realizar reformas emergenciais no imóvel.

“Não ficamos parados nesses tempos de dificuldade, e auxiliamos as famílias da comunidade do Coque da melhor forma que conseguimos, principalmente no combate à insegurança alimentar, mas sentimos a necessidade de retomar a campanha para ter uma sede própria, porque a gente pretende que esse trabalho não acabe, nunca, e possa se expandir cada vez mais, porque é através do ato de brincar e acolher as crianças que há esse resgate da infância, em meio à vulnerabilidade, e isso nos dá a esperança de que tudo, um dia, possa melhorar para todos”, expressou Laurimar Thomé, coordenadora geral da Avipa-Casinha.

Para ajudar a Associação dos Amigos da Vila do Papelão, os interessados podem entrar em contato através dos números (81) 99632-9146 ou (81) 9 8699-5153. As doações podem ser feitas pelo PayPal, pelo Pix, através da chave CNPJ: 11.195.627/0001-61 ou pela conta do Banco do Brasil, Agência: 2889 Conta Corrente: 30994-X