Francisco, como era conhecido, vivia há anos no centro de Arcoverde e foi o primeiro desaparecido a se reconectar com sua família desde o início do projeto nacional. Ele não tinha documentos que comprovassem a sua real identidade, mas voluntários da cidade iniciaram uma busca com apoio da Polícia Científica.
Materiais biológicos foram coletados e encaminhados para o Instituto de Genética Forense Eduardo Campos, no Recife, que confirmou a identidade de Cícero, cujo sobrenome e idade não foram informados pelo ministério.
O caso foi o primeiro cruzamento de DNA da campanha que chegou à identificação de um desaparecido vivo. O projeto também já garantiu que outras 28 famílias no país encontrassem os restos mortais de seus familiares desaparecidos. A identificação foi constatada pelos bancos estaduais em Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
O Banco Nacional de Perfis Genéticos, que faz a correlação em nível nacional, auxiliou na identificação de dois restos mortais entre Goiás e Distrito Federal; um entre Goiás e Maranhão; um entre Distrito Federal e São Paulo e um entre Minas Gerais e Espírito Santo.
Coordenada pelo ministério, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública, em parceria com os estados, a ação foi realizada de 14 a 18 de junho em todo o país. Mais de duas mil famílias de desaparecidos forneceram material genético. Os familiares podem continuar buscando os pontos para doar seus materiais genéticos. Saiba mais em www.gov.br/mj/desaparecidos.
REENCONTRO
Uma outra ferramenta lançada pela Polícia Civil, Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e Instituto de Identificação Tavares Buril (IITB) proporciona a localização e a identificação de pessoas desaparecidas em Pernambuco. O Projeto Reencontro, colocado em prática pela primeira vez em setembro de 2020, utiliza a coleta de impressões digitais e pesquisa e dados nos arquivos do Instituto para possibilitar a união do desaparecido com sua família, pondo fim a dramas que muitas vezes se arrastam ao longo de anos.
Em 2019, foram registradas 3,1 mil pessoas desaparecidas em Pernambuco. Em 2020, esse número caiu para 2,5 mil. Cerca de 95% dos casos foram considerados bem-sucedidos, após a identificação das pessoas cujo paradeiro era desconhecido. A Delegacia de Desaparecidos do Recife registrou 25 casos e conseguiu solucionar 17 através do Projeto Reencontro.