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Recife retoma ensino presencial nas escolas de forma híbrida

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Desde março do ano passado, as aulas estavam acontecendo de forma remota na rede municipal de ensino do Recife. Na manhã desta quinta-feira (22), voltaram a ter as aulas presenciais as turmas do 8º e 9º do ensino fundamental. Muitos estudantes estvam ansiosos pelos contatos presenciais com os colegas de turma e professores na Escola Municipal em tempo integral Reitor João Alfredo, no bairro da Ilha do Leite.

"Estabelecemos que a retomada vai ocorrer em três etapas, para a gente ir acompanhando a escola e a escola ir se preparando dentro desse processo. Na próxima terça-feira (27), será a vez das turmas do 4º ao 7º ano do ensino fundamental, que são um pouco maiores. E no próximo dia 13 retomaremos as turmas do 1º ao 3º do ensino fundamental, da educação infantil, pré-escola e Educação de Jovens e Adultos (Eja)", informou o secretário de Educação do Recife, Fred Amâncio.

Segundo o gestor, o total de estudantes que fazem parte desse grupo que retornou hoje à sala de aula está em torno de seis mil estudantes de todas as escolas do Recife. Os alunos estão retornando as escolas gradualmente, em sistema de rodízio que é dividido em até três grupos, dependendo da dinâmica de cada escola.

”Nem todos os estudantes estão presentes aqui agora, alguns vão ficar assistindo às aulas remotas e depois vão fazer o revezamento já que o protocolo determina um distanciamento de um metro e a redução da quantidade de estudantes em sala de aula”, afirmou.

A expectativa para o retorno às aulas presenciais era grande. Muitos estudantes não conseguiram acompanhar as aulas devido à falta de equipamentos eletrônicos como smartphones e notebooks, ou até mesmo por não ter internet em casa. Foi o caso de Arthur Henrique, de 13 anos, do 8º ano, que estava sem celular para acompanhar as matérias. O aluno tinha internet, mas sem outro recurso não conseguiu se manter atualizado. “Nunca reprovei, meu pai me ajuda. Quero estudar e passar de ano”, disse o aluno.

Já Clara Oliveira, de 14 anos, do 9º ano, disse que "amou" rever as amizades que não via presencialmente desde o mês de fevereiro de 2020 e que sentia muita falta do ensino presencial. Ela teve que lidar com outro problema, a visão. Clara está precisando usar óculos e não conseguiu se adaptar ao ensino remoto. “Gosto muito das aulas presenciais, sou uma boa aluna, mas eu não conseguia passar a manhã toda no celular”, afirmou.

“Senti muita falta do contato com o professor para aprender, conseguia tirar as dúvidas, mas eu sentia falta desse contato com o estudo prático. Presencialmente a pessoa se sente mais à vontade estudando, sempre estudei em escola privada e esse é o primeiro ano estudando em escola pública”, contou Amanda Gabrielly, aluna do 9º ano. Ela também avaliou que o apoio que recebeu da escola foi bom, com três máscaras e álcool em gel.

Como a retomada das aulas presenciais foi dividida em grupos, na escola em que a reportagem do Diario passou não houve aglomerações. Em um primeiro momento a gestão escolar reuniu os pais e responsáveis pelos alunos para explicar como será essa nova etapa de ensino em meio ao coronavírus.