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"Estou fazendo tudo do zero para dar o melhor aos meus filhos" diz reeducanda inserida no mercado de trabalho

Com cinco filhos e uma história para reescrever, Ana Paula, 34, é uma reeducanda em regime aberto que conseguiu um emprego, mesmo com todas as adversidades da pandemia, e que, atualmente, está trabalhando como auxiliar de serviços gerais. Ela conta que tenta não olhar para trás e que seu foco é manter o emprego, ser presente para os filhos e retomar os estudos. “Tenho em mente terminar meus estudos, fazer um curso para me aperfeiçoar e ter minha casa própria, que é meu sonho. Estou tentando dar o melhor para os meus filhos. O que antes eu não fiz estou fazendo agora, principalmente minha presença e o carinho que não pude dar durante o tempo que estive presa”, relatou a reeducanda.
Já Carlos Gomes, 33, está no regime aberto e está cursando Análise de Desenvolvimento de Sistemas. Ele trabalha no Patronato Penitenciário como auxiliar administrativo e relata que encara o trabalho atual como uma nova oportunidade de voltar à sociedade. O reeducando relata que sempre pensou em fazer faculdade, mas que precisou trabalhar muito cedo e acabou entrando na criminalidade. “Trabalhava muito para levar o pão para casa. Depois tive um só erro que estou pagando por ele até hoje. Agora pretendo me formar e prosseguir para novas oportunidades de emprego que surgirem porque eu acredito que o trabalho edifica o homem”.
Ana Paula e Carlos fazem parte dos 1.275 reeducandos que cumprem pena nos regimes aberto e livramento condicional e estão em atividades remuneradas atualmente em Pernambuco. Abril de 2021 representa o terceiro mês consecutivo de crescimento de reeducando no mercado de trabalho, em janeiro, eram 1.251 e em fevereiro, 1.266. Os dados são do Patronato Penitenciário, órgão de execução penal ligado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), que realiza atendimento psicossocial aos reeducandos em liberdade vigiada, livramento condicional, regime aberto, egressos dos estabelecimentos prisionais. O Patrono Penitenciário mantém convênios de empregabilidade com 30 empresas, entre públicas e privadas.
"Apesar do momento de crise que estamos passando a empregabilidade entre os reeducandos aumentou porque o Governo de Pernambuco tem investido na educação e qualificação profissional dos cumpridores de pena acompanhados pelo Patronato, por isso essa mão de obra se tornou mais atrativa para contratação pelo mercado de trabalho. As empresas estão reconhecendo a importância de ressocializar pelo trabalho, e a contratação não tem tanto ônus trabalhistas", explica Pedro Eurico, secretário de Justiça e Direitos Humanos.