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Síndrome de Down: como pais podem colaborar com independência dos filhos

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Foto: Arquivo Pessoal
Os pais Sanzia e Nathaniel, com a pequena Isabela
Neste domingo (21), é celebrado o Dia Internacional da Síndrome de Down, data marcada para conscientização e discussão. Apesar da sociedade ter progredido, ainda existe preconceito. Enquanto boa parte está inserida em atividades do cotidiano com a participação familiar, por outro lado, muitas pessoas que lidam com o grupo esbarram na dificuldade de convivência e lutam para promover uma vida sem grandes entraves.

As pessoas com Síndrome de Down são capazes de realizar as atividades de vida diária, mas podem precisar de facilitadores. O tratamento precoce com os profissionais de saúde pode ajudar a melhorar a qualidade de vida e o desenvolvimento das crianças com a Síndrome de Down.

Com experiências de acompanhar crianças com o perfil de alterações de fala, linguagem, além de dificuldade alimentar, a fonoaudióloga Dryelle Azevedo, conta que quem tem Down pode ter uma vida como todos. “É necessário que as crianças sejam estimuladas visando uma melhor qualidade de comunicação, socialização, alimentação e aprendizado”, reforça.

Segundo Sanzia Silva Pacheco, mãe de Isabela Pacheco, de 5 anos, desde bebezinha que a filha apresentava dificuldades na aceitação dos alimentos, deglutição, além do atraso na fala e no seu desenvolvimento global. Foi a partir de comportamentos como esses, que a pequena começou a ser atendida por especialistas, entre eles terapeuta ocupacional, fonoaudióloga, fisioterapeuta e psicopedagoga.

Quando iniciou o tratamento com a fonoaudióloga, por exemplo, Isabela chorava muito e não aceitava o contato com estranhos. A profissional lembra, que após o início das estimulações, a criança foi apresentando importantes evoluções. “Atualmente ela adora brincar e interagir com outras crianças, é muito comunicativa e carinhosa. Já consegue usar a fala para se comunicar e expressar suas necessidades”, conta.

Hoje em dia, Isabela não tem nenhuma dificuldade para se alimentar. “Em todas as sessões ela me pede pipoca, arroz e carninha”, detalha a profissional, ao lembrar que a família está ajudando a criança a vencer os desafios. Principalmente os pais, que sabem da importância deles no desenvolvimento da filha.

“Além dos estímulos das terapias, precisamos continuar o trabalho em casa, de forma leve, sem cobranças exacerbadas, pois cada criança tem seu tempo, mas dando autonomia no dia a dia para que se desenvolvam e entendam que podem e devem ter seu espaço respeitado e responsabilidades estimuladas”, conta Nathaniel Alcântara Junior, pai de Isabela.

A Síndrome de Down é uma alteração genética que pode causar atrasos intelectuais e de desenvolvimento, apresenta o cromossomo número 21 a mais na maioria ou em todas as células. As pessoas com a síndrome não são iguais, podem apresentar as características da síndrome, que são olhos amendoados, tônus muscular baixo e deficiência intelectual, não são todos iguais e cada um carrega sua personalidade e características.

Coronavírus
Diante da pandemia causada pela Covid-19, há dúvidas dos pais sobre os cuidados necessários com os filhos que têm a Síndrome de Down. Não se pode afirmar que as pessoas com a síndrome apresentam maior chance de contrair o Covid-19. Mas de forma geral, pessoas com a síndrome possuem, desde o nascimento, uma maior vulnerabilidade imunológica, além disso, pacientes com a síndrome apresentam alterações nas vias aéreas que facilitam a infecção pelo vírus, o que pode piorar os efeitos. De certa forma são mais suscetíveis a contrair infecções, principalmente as crianças que apresentam mais fragilidade no organismo.