Vida Urbana

Calçada da Memória recebe placas em homenagem aos desaparecidos políticos da ditadura militar

No dia em que se completam 72 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Praça Padre Henrique recebeu placas em homenagem aos desaparecidos políticos da época da ditadura militar. A Calçada da Memória, onde está registrado o tributo, fica ao lado do Monumento Tortura Nunca Mais. A ação faz parte das atividades em alusão ao Dia Internacional dos Direitos Humanos realizadas pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Recife.

De acordo com os organizadores, familiares de desaparecidos políticos costumavam deixar homenagens no local, o que despertou para a criação da Calçada da Memória. Marcelo Santa Cruz, gerente de articulação de Direitos Humanos, memória e verdade da prefeitura do Recife, explica que a ideia surgiu no comitê de Memória, Verdade e Justiça, para repor as placas, anteriormente furtadas, como uma forma de homenagear as pessoas que lutaram na ditadura militar pela democracia. 

“A questão do desaparecido é o lado mais perverso da repressão. As pessoas é assassinada sob tortura e o cadáver ocultado dos familiares. Os entes queridos ficam esperando aquela pessoa voltar e, com passar do tempo, se convencem que aquela pessoa não volta mais. Então é iniciada uma nova luta que é saber as circunstâncias de que seu familiar morreu. Não se tem o tempo do luto, você fica sempre na busca”, contou Marcelo, que é irmão do desaparecido político Fernando Santa Cruz. 

Monumento Tortura Nunca Mais sobreposto às placas em homenagem aos mortos e perseguidos políticos pela ditadura militar.

Nara Santa Cruz, sobrinha de Fernando, reforça que a luta dos perseguidos políticos foi primordial para a conquista da democracia.

“A democracia custou o sangue e a vida de muitas pessoas, inclusive a do meu tio. A ditadura não é coisa do passado. É sobre o nosso presente e o nosso futuro. A gente precisa passar a nossa história a limpo. Precisamos falar sobre o direito à memória e à verdade. Se a gente não faz isso, estamos fadados a repetir os mesmos erros. A democracia não está posta ou dada. É algo com que precisamos estar eternamente vigilantes”, finalizou.

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