{{channel}}
Com exercícios liberados, moradores da Várzea relatam sentir falta de cooper na UFPE
Com o fim do isolamento mais rígido em cinco municípios do Grande Recife desde o começo de junho, atividades físicas individuais foram liberadas. No dia 19 do mesmo mês, a Prefeitura do Recife anunciou a abertura de parques, praias e calçadões para exercícios individuais. Após três meses de paralisação, se tornou possível realizar caminhadas, corridas e passeios de bicicleta, mas sem aglomerações. Alguns moradores do bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife, no entanto, estão sentindo falta de um espaço bastante utilizado para essas finalidades: a pista de cooper do campus da Universidade Federal de Pernambuco, que tem quase 1 km de extensão e é elogiada pelo ambiente arborizado e também pela maior segurança.
De acordo com a assessoria da UFPE, o acesso ao campus continua restrito como forma de contribuir para conter a disseminação do novo coronavírus. A instituição aguarda a decisão de quando haverá a reabertura, mas ainda não existe uma data. Com a ausência da pista de cooper, muitos estão usando a ciclovia que existe na Avenida Afonso Olindense. De acordo com moradores, a via está tomada justamente por pessoas fazendo atividades físicas, sejam corridas, caminhadas e passeios com cães, coisas que costumavam fazer no campus. Também existe a opção da Praça da Várzea, que tem um espaço menor e é mais isolada em relação a alguns trechos do bairro.
Danilo Cipriano, 32 anos, mora na Várzea desde 2005 e sempre utilizou a pista para atividades físicas nos finais de semana. "As entradas estão fechadas. No início, os seguranças estavam sempre próximos a entradas e informavam que o Reitor havia mandando fechar devido ao lockdown 'mais rígido', como foi chamado aqui. Porém, mesmo com o fim desse período, a entrada continua proibida", diz. "É importante lembrar que o campus não é usado somente para atividades físicas, mas também para cortar caminho entre o bairro. Por exemplo, é mais seguro chegar ao IFPE ou a área por trás do CFCH cortando caminho pelo campus do que fazer a volta por toda a Universidade", complementa.
De acordo com o morador, é constante ouvir reclamações sobre o fechamento do campus na Várzea. "É algo constante, principalmente porque não entendemos o motivo. O campus sempre ficou aberto (mesmo no início da pandemia), o governo já liberou a atividade, o equipamento está lá para uso, existem seguranças”, conta. “Como eu gosto de andar de bicicleta, ao liberarem as atividades físicas ao ar livre tentei praticar o ciclismo ao redor do bairro, mas acaba sendo uma atividade de risco, já que agora existem muitos carros nas ruas. Sendo assim, decidi parar de praticar. Tento fazer corrida e caminhadas ao redor do prédio, mas o problema dos carros persistem, além do perigo de assaltos que ocorrem no bairro. Não podemos levar celular para ouvir música nem nada parecido", finaliza.
O bairro da Várzea, que é um dos maiores do Recife em território (com 2.255 hectares²), até o momento apresentou 298 casos graves e 68 óbitos resultantes do coronavírus, de acordo com o boletim epidemiológico da Prefeitura do Recife da última quarta-feira (1). É uma quantidade elevada para a média da cidade e próxima de bairros como Iputinga (264 e 55) e Ibura (269 e 70). O risco de contaminação durante a realização das atividades se tornou alvo de estudos de pesquisadores em todas as partes do mundo. Para quem é adepto da prática, a recomendação do profissional de Educação Física José Fernandes de Moraes é procurar horários com menor movimento de pessoas ou locais sem pessoas praticando atividades, como a rua da sua casa.
"É importante que façam a atividade durante 20 ou 30 minutos e, ao término, retornar direto para casa, deixar a roupa separada e tomar banho", orientou. Vale, ainda, tentar mudar de lado quando avistar alguém próximo a você ou correr na direção contrária. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 150 minutos por semana de atividades moderadas.