° / °

Sem todas as estações, corredor Leste/Oeste do BRT volta aos sábados

Por

Leandro de Santana / Esp. DP FOTO
"(O BRT) passa direto, e os ônibus de linha normal a parada é bem mais à frente", se queixa um morador
Desde o último sábado (27), o Consórcio Grande Recife reativou o sistema BRT para o corredor Leste/Oeste, que liga os centros comerciais de Recife e Camaragibe, na Região Metropolitana. A medida é reflexo do aumento - ainda que leve - na demanda dos usuários, após novas etapas no plano de convivência com a Covid-19, do governo do estado, e será mantida para os próximos fins de semana, exceto aos domingos.

A mudança atende a três linhas aos sábados: TI CDU/TI Joana Bezerra, TI Caxangá (Conde da Boa Vista) e TI Camaragibe (Conde da Boa Vista). No domingo, entretanto, as linhas continuam atendidas por ônibus de linha comum, com paradas nas calçadas para o embarque e o desembarque, assim como o corredor Norte/Sul, que liga o Recife a Igarassu.

Porém nem todos os pontos de parada foram reativados no corredor Leste/Oeste. As estações Barreiras, Engenho Poeta, Forte do Arraial e Zumbi seguem desativadas também durante os dias úteis. Cenário que gera dificuldade para os usuários do entorno dessas estações, como no caso dos moradores do bairro do Zumbi, que precisam se deslocar cerca de 700 metros até a estação mais próxima, tal qual explica o sr. Manoel de Lima Neto, 52 anos.

“A situação está crítica para a gente que trabalha no dia a dia e depende do transporte do BRT. Ele passa direto, e os ônibus de linha normal a parada é bem mais à frente. A gente tem que se deslocar e andar até lá no começo (da Avenida Caxangá, na estação Abolição), ou a lá do outro lado, perto do hospital (na estação Getúlio Vargas). Prejudicou muito a nossa comunidade.”

Os moradores também apontam outros problemas gerados pelo desuso das estações, até mesmo com a prática de crimes no local. “Agora ela serve de abrigo para moradores de rua, tráfico e prostituição. O pessoal também leva o piso de metal e as lâmpadas de iluminação”, queixa-se Manoel.

Segundo o Consórcio Grande Recife, as estações tiveram as atividades suspensas em abril, devido à baixa demanda de usuários durante o período de isolamento social, em decorrência da pandemia de Covid-19.

“Essas estações, no auge da pandemia, registraram uma queda de passageiros muito grande e também pela própria estrutura delas, com ar-condicionado em ambiente fechado, é propícia à transmissão do coronavírus. Por isso desativamos algumas delas e no caso dessas quatro, se mantêm desativadas porque a demanda ainda se mantém muito baixa”, afirma o órgão.

Ainda de acordo com o Grande Recife, “a vigilância das estações é feita em parceira com a Polícia Militar, que faz rondas volantes pelos dois corredores” Leste/Oeste e Norte/Sul.

Aumento da demanda

Segundo dados do consórcio Grande Recife, a demanda atual de passageiros por dia continua por volta de 40% da média de usuários diários até antes do período de isolamento social. No último dia 22 de junho, foram registrados pouco mais de 500 mil usuários, enquanto em 11 de março, antes do decreto do isolamento, a Região Metropolitana apresentava cerca de 1,2 milhão de usuários diários nos ônibus e terminais integrados.

Número de passageiros ao longo da pandemia

11/03 - 1.239.249 (usual antes da pandemia)
25/03 - 513.969 (auge do isolamento)
20/05 - 321.978 (após lockdown ser decretado)
03/06 - 374.298
10/06 - 387.553
17/06 - 453.063
22/06 - 505.933

Fonte: Consórcio Grande Recife