Respostas das escolas
Até o momento, apenas três instituições responderam à reportagem. Os colégios GGE e Fazer Crescer e Motivo desconheciam a decisão do TJPE. "Foi com bastante surpresa que o Colégio GGE recebeu esta notícia, uma vez que a escola apresentou ao Ministério Público de Pernambuco tudo o que foi recomendado, através da Nota Técnica 02/2020. Tanto é que na decisão noticiada, o juiz isenta o GGE de apresentar tais informações, pautado na declaração do próprio MPPE, em sua petição inicial", disse o primeiro. "Tomamos conhecimento da presente decisão por meio da imprensa e das redes sociais. No momento oportuno, acionaremos os assessores jurídicos a fim de que sejam adotados todos os meios de defesa legalmente previstos."
"Gostaríamos de esclarecer que, até o presente momento, não fomos citados ou intimados da ação e da liminar, sendo, portanto, impossível comentar em maiores detalhes sobre o assunto. Tão logo o CFC seja citado e intimado analisaremos as repercussões e decidiremos as medidas a serem tomadas", enviou por nota o Fazer Crescer. Já o Motivo limitou-se a responder que "não foi intimado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e estará disponível para esclarecimentos assim que receber o documento".
GGE e Fazer Crescer afirmam que compreendem a situação econômica que os pais dos alunos se encontram em tempos de pandemia, mas que possuem responsabilidades com professores e demais trabalhadores das intituições. "Cada escola vivencia uma situação diferente. Portanto, qualquer decisão que imponha uma regra igualitária, sem oportunizar o contraditório, pode ser considerada equivocada", aponta o GGE. "A escola teve um resultado negativo nos últimos dois meses e vem sofrendo fortes impactos financeiros em razão das medidas de isolamento impostas pelo Poder Público, sendo um dos setores da economia mais prejudicados em meio a esta crise. Mesmo assim, o GGE fez um grande investimento para atender a demanda das aulas remotas e com isso a redução de custos foi muito aquém, se levarmos em consideração a queda de receita sofrida nos últimos meses. Assim, não há fundamentos que justifiquem a concessão de descontos da forma como pretendida."
O Fazer Crescer respondeu que "o colégio mantém um canal aberto de diálogo com os pais e responsáveis que foram, efetivamente, impactados financeiramente pela pandemia e tem concedido descontos a essas famílias, levando em consideração cada caso em particular. Por outro lado, a escola tem mantido em dia a remuneração dos seus professores e demais colaboradores. Assim, os descontos concedidos ou os que ainda serão concedidos devem levar em consideração todos os fatores, pois, do contrário, acarretará na impossibilidade financeira de o colégio continuar pagando o salário de seus professores e empregados, e até mesmo de desempenhar suas atividades".