Raphael Cordeiro Lopes, de 32 anos, suspeito pelo feminicídio de Leandra Jennifer da Silva, 22, afirmou, em mensagem enviada à mãe da vítima, que não atirou na esposa e que aconteceu uma "fatalidade". Por whatsapp, o homem que está foragido, se comunicou com a família dela na manhã desta segunda-feira (10), quando ocorre o sepultamento do corpo, no Cemitério da Várzea.
"Dona Jane, eu estou destruído e acabado não sei o que fazer da minha vida. Eu amo Leandra mais do que tudo nesse mundo. Foi um acidente. Eu não atirei em Leandra, não. A senhora sabe o quanto éramos uma família, que vivíamos bem e felizes, ainda mais quando tivemos Bernardo", disse Raphael. "Sei o quanto estão me odiando e nunca vão acreditar em nada do que eu falar e estão em suas razões, pois perderam uma filha linda e maravilhosa, cheia de vida pela frente. Nunca levantei a mão para Leandra, nunca a fiz sofrer, sempre fiz o melhor que eu pude. Sei das consequências que vou encarar e nunca vou ter perdão de ninguém, mas foi um acidente, uma fatalidade que destruiu a vida de todos nós".
Procurado pela polícia, ele comenta com a sogra que o filho, Bernardo, de 1 ano, perdeu pai e mãe e pede que a criança seja criado pela avó a partir de agora. "Tá sendo muito doloroso tudo isso para todos. Eu estou pedindo muito a Deus que conforte o seu coração porque nesse momento Bernardo vai precisar muito da senhora, pois pele perdeu o pai e a mãe de uma só vez. Estou no fundo do poço, sem luz em minha vida. Só escuridão. A vida para mim não faz mais sentido algum. Mas a senhora tem André e Bernardo para criar. Por tudo que é mais sagrado nesse mundo, nunca deixe Bernardo ser infeliz. Sei que a senhora e Deco farão tudo por ele. Cuide de Bernardo como filho", disse.
Durante o enterro de Leandra, a mãe da jovem, Josiane Oliveira, apelou por justiça. “Ele me deu uma vida, meu neto, mas tirou outra de mim, tirou a minha filha. Eu não sei como vou conseguir viver, não. Ele tirou o direito dela de criar seus filhos", lamentou.
Sobre a relação do casal, ela comentou que recebeu relatos sobre violência doméstica.“Ele nunca me deu sinais de violência. Mas depois de que isso aconteceu, a vizinhança veio me contar que ele batia nela. Mas não foi por falta de amor de mãe não. Sempre ensinei que ela não precisava disso, ensinei a trabalhar, desde pequenininha, mostrava que a gente não precisava de homem pra sobreviver", disse.
Para o pai da vítima, André Antônio da Silva, Raphael nunca inspirou confiança, além de ter uma relação problemática com armas. "Nunca gostei dele, era boçal e só falava de dinheiro”, comenta. “Fiquei sabendo que uma vez ela saiu sem ele e por ciúmes ele começou a atirar para cima, dentro de casa", lembra.
Entenda o caso