Vida Urbana

Um século de nostalgia: Bloco das Flores completa 100 anos como símbolo do carnaval pernambucano

Fundado em 1920, o bloco surgiu a partir da reunião de um grupo de intelectuais, amigos e foliões.

Cantando os versos de Evocação número 1, marcha de composta pelo maestro Nelson Ferreira e conhecida pelos foliões recifenses, o bloco leva para as ruas da cidade a beleza e tradição dos antigos carnavais. No desfile, os integrantes da agremiação e o público se juntam em uma só voz para cantar “Felinto, Pedro Salgado, Guilherme, Fenelon, cadê teus blocos famosos. Bloco das Flores, Andaluzas, Pirilampos, Apôs-Fum. Dos carnavais saudosos”.

Segundo depoimento do próprio Nelson Ferreira, a música fazia um tributo a personagens do carnaval recifense da década de 1920, à frente de agremiações como Bloco das Flores, Apôis Fum, Andaluzas em folia, Pirilampos de Tejipió. Segundo ele, a composição veio de uma vez, só numa noite.

“Hoje, quem acompanha o bloco canta com empolgação a marcha. É assim que vamos homenagear os nossos 100 anos e reverenciar também outros blocos líricos”, afirma a vice-presidente do Bloco das Flores, Jaci Lins. Em menos de um mês, os personagens homenageados por Nelson Ferreira em Evocação ganharão novamente as ruas nos desfiles e apresentações dos blocos líricos no carnaval do Recife.

Cerca de 100 integrantes vão formar o cortejo do Bloco das Flores.

Em 2000, uma nova geração de intelectuais e artistas resolveu fundar um bloco lírico e batizá-lo com o mesmo nome, em honra à agremiação e à festa de outrora. Desde então, o Bloco das Flores se apresenta anualmente, arrastando multidões atrás da orquestra de pau e corda.

Para o desfile do centenário, os integrantes vão desfilar com uma roupa desenhada e costurada pelo estilista Jan Moraes. A inauguração da vestimenta, cujos detalhes são mantidos em segredo, será no Baile Municipal do Recife, no dia 15 de fevereiro. “Será uma roupa linda com pássaros, borboletas e flores. Formaremos um jardim encantado”, adianta Jaci.

Além da orquestra Heleno Ramalho, puxada pelo maestro Macaíba e com 20 músicos, o bloco vai desfilar com oito vozes femininas no coral, cerca de 10 crianças, 15 homens e aproximadamente 75 mulheres com idades entre 35 e 90 anos. “É um bloco que enaltece as mulheres sempre muito aguardado por famílias e pessoas de todas as idades. Levaremos perfumes para borrifar no público, os tradicionais lampiões para iluminar o cortejo, mas também teremos uma surpresa no desfile deste ano", garante Jaci.

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