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No Recife, população conhece navios que buscam petróleo cru no mar

Cerca de 400 pessoas foram até o Porto do Recife, neste fim de semana, para conhecer os navios que participam da Operação Amazônia Azul, que monitora o litoral nordestino em busca de novas manchas de petróleo cru. No sábado (23), o público pôde conhecer a embarcação pesquisa hidroceanográfica Vital de Oliveira. Já neste domingo (24), a fragata União esteve aberta à visitação.
O mais atraiu o público foi saber como é um navio oficial por dentro. O Vital de Oliveira já se despedia da capital pernambucana na tarde deste domingo, mas a fragata União seguia atracada. Aos 82 anos, o aposentado Clóvis Santos do Carmo estava visivelmente contente com a visita. “Nunca pensei que, com essa idade, iria subir pela primeira vez em um navio, andando nessas escadinhas (de acesso)”, disse.
O idoso estava junto de sua filha, a engenheira civil Cinthya Melo, 43. “Trouxe meu marido, meus dois filhos e meu pai. É uma novidade (conhecer navio). A vista que a gente tem daqui, essa amplitude, dá uma sensação prazerosa”, afirmou. Filho de Cinthya, o menino Carlos Eduardo, 10, se encantou com o passadiço da fragata - área principal de comando de uma embarcação: “é a melhor parte”.
Moradores de Peixinhos, em Olinda, a família da dona de casa Cinthia Araújo, 31, se juntou para um passeio coletivo. “A vida em alto-mar é sempre interessante. Eu tava bem curiosa para saber como é um navio por dentro. Aí veio meu irmão, cunhada, filhos e sobrinhos”, comentou, fazendo uma confissão em seguida: “tenho que admitir que deu um medinho quando vi o mar”, disse, aos risos.
Os navios
O navio Vital de Oliveira é uma embarcação de pesquisa hidroceanográfica. Considerada uma das plataformas mais avançadas do mundo, o Vital conta com equipamentos científicos capazes de mapear dados da atmosfera, oceano, solo e subsolo marinhos. Isso possibilita conhecer melhor as riquezas marítimas.
Já a fragata União é um navio de guerra cheio de história: esteve em diversas missões - reais e de treinamento. Como nas cinco participações na Força Interina das Nações Unidas, no Líbano. A fragata faz parte da série de seis navios de guerra da classe Niterói. Construído no Rio de Janeiro, integra o Programa de Renovação e Ampliação de Meios Flutuantes da Marinha.
Desastre
As primeiras manchas de petróleo cru em alto-mar começaram a aparecer em 31 de agosto, na Paraíba. Em 2 de setembro, Pernambuco começou a ser afetado, com fragmentos surgindo nas praias de Boa Viagem, no Recife, e Del Chifre, em Olinda. Em 17 de outubro, novas manchas voltaram a poluir a costa pernambucana, atingindo especialmente o Litoral Sul, como Carneiros, Itapuama, Boca da Barra e São José da Coroa Grande.
No início de novembro, a Polícia Federal revelou que o óleo teria sido vazado do navio grego Bouboulina, de propriedade da Delta Tankers. A empresa, no entanto, nega a autoria do crime ambiental. Posteriormente, outras seis embarcações gregas passaram a ser investigadas.
Na última semana, foi a vez das manchas de petróleo cru começarem a atingir outras localidades além do Nordeste, surgindo em pontos do Espírito Santo e do Rio de Janeiro.
Em nota divulgada neste domingo (24), o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA) - nome dado à força-tarefa federal que cuida do problema - afirmou que ainda "vestígios de óleo, com ações de limpeza em andamento" nas cidades de Araioses, no Maranhão; Barreiros, Ipojuca, Paulista e Tamandaré, em Pernambuco; Japaratinga, Barra de São Miguel, Feliz Deserto, Jequiá da Praia e Piaçabuçu, em Alagoas; Estância e Itaporanga, em Sergipe; Ilhéus, Igrapiúna e Cairu, na Bahia.
Em nota divulgada neste domingo (24), o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA) - nome dado à força-tarefa federal que cuida do problema - afirmou que ainda "vestígios de óleo, com ações de limpeza em andamento" nas cidades de Araioses, no Maranhão; Barreiros, Ipojuca, Paulista e Tamandaré, em Pernambuco; Japaratinga, Barra de São Miguel, Feliz Deserto, Jequiá da Praia e Piaçabuçu, em Alagoas; Estância e Itaporanga, em Sergipe; Ilhéus, Igrapiúna e Cairu, na Bahia.