Mozart ressaltou que o Brasil convive com diferentes realidades na educação. Enquanto é o 13º maior produtor mundial de publicações de pesquisa (papers), passando da Coreia do Sul; o Brasil passa para as últimas posições quando o assunto é educação básica. "A universidade pública no Brasil tem que olhar profundamente para essa questão. Estou, inclusive, à disposição para ajudar nesse sentido. Está na hora de as universidades terem uma agenda com a educação básica deste país", pontuou.
Nova gestão
O reitor nomeado destacou ainda que, em seu programa de gestão, há destaque para a política de formação de professores, que envolve, na UFPE, o curso de pedagogia e 36 licenciaturas. "Vamos trabalhar na perspectiva de formação de novos professores e também da formação continuada deles. Esta é uma pauta fundamental, que já vamos discutir nos primeiros dias (do mandato). Vamos procurar os municípios, por meio da Undime (União Nacional Dirigentes Municipais Educação de Pernambuco) e da Amupe (Associação Municipalista de Pernambuco) para termos uma pauta efetiva", garantiu.
Sobre a nomeação confirmada nesta quinta no Diário Oficial da União, ele ressaltou que a comunidade acadêmica da UFPE recebeu com alegria a notícia. "Estávamos confiantes. Vamos trabalhar para retomar um protagonismo da nossa universidade, para que os estudantes tenham melhores condições", disse.
Perfil
Os primeiros anos da vida escolar do professor que foi reitor da UFPE, secretário estadual de Educação e que hoje dirige a área de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna além de fazer parte do Conselho Nacional de Educação (CNE), foram em instituições olindenses. Estudou no Instituto Domingos Sávio, no Carmo, e no Colégio de São Bento, no Varadouro. Já na universidade, foi chamado pelo colégio onde concluiu o científico (atual ensino médio) para dar aulas de física e química. “Passei um ano e meio ensinando no São Bento. Foi uma experiência muito rica e que fez com que eu me apaixonasse pela sala de aula”, contou.
Do São Bento, o recifense de Olinda foi para a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde cursou engenharia química de 1973 a 1977. A relação com a instituição foi além da graduação. Mozart tornou-se professor, pesquisador, pró-reitor Acadêmico e reitor da universidade. Antes de assumir os postos, foi estudar na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O químico pernambucano havia sido selecionado para o mestrado, mas saiu de uma das maiores universidades da América Latina com o título de doutor. “Fui muito bem nas disciplinas do mestrado, o que resultou em um convite para fazer o doutorado”, explicou.
A temporada em Campinas chegou ao fim em 1982. De volta a Pernambuco, dedicou-se à produção científica na UFPE e recebeu como retorno o reconhecimento como um dos químicos mais produtivos do país. A alta produtividade o levou ao pós-doutorado no Politecnico di Milano, uma universidade italiana estatal de cunho científico-tecnológico. “Quando voltei, assumi a chefia do Departamento (de Química Fundamental da UFPE). Era como um castigo. Na época, todo mundo era jovem e não queria administrar. Só queríamos dar aula e pesquisar”, lembrou. Ele tinha 32 anos e, embora não fosse seu desejo na época, decidiu se empenhar na gestão do departamento. Nascia ali o Mozart gestor educacional.