Matheus Moraes, CEO da 99, destacou recentemente durante um evento local de Startups: “Foque sua energia em resolver um problema grande. Foque sua energia em resolver um problema social”. Martin Novak, professor de biologia e matemática na Universidade de Harvard, afirma que a empatia é uma característica natural do ser humano porque nosso cérebro evoluiu para a colaboração. Ele afirma que isso aconteceu porque entender o outro e trabalhar juntos faz parte da dinâmica essencial do ser humano desde os primórdios. Para Tim Brown, idealizador do Design Thinking, criar negócios que realmente fazem a diferença para quem os usa, não é apenas um desafio administrativo e estratégico, mas uma aventura empática.
“A missão é, então traduzir observações em insights, e estes em produtos e serviços para melhorar a vida das pessoas”. Em tempos de transformação digital, a empatia é dos principais motores propulsores para que as organizações alcancem satisfatoriamente resultados de inovação. Em se referindo às organizações de educação, o componente empático torna-se ainda mais fundamental. A empatia aplicada a nós, profissionais de educação, nos possibilita e permite nos afastarmos da postura do ensinar, para nos aproximarmos intensamente dos mecanismos do aprender do estudante. Quanto à perspectiva do aluno, a empatia auxilia no engajamento do processo protagonizador de seu conhecimento.
No século 21, a relação entre a educação e a inovação é cada vez mais profunda e recíproca. A flexibilização dos currículos, a personalização do ensino, o foco em multiletramentos (letramento em programação, letramento científico, letramento corporal etc.), os métodos híbridos de ensino (em que métodos online e presencial se misturam), a gamificação dos conteúdos somados à conectividade global e a sinergia dos avanços da Inteligência Artificial nos posicionam a uma nova era da educação - a Educação 4.0. O futuro da educação deverá então apropriar- -se destes impulsionadores de toda esta t ra nsfor mação e lembrar: (i) que é mais importante saber o porquê você precisa de algo em detrimento de acumular conhecimento; (ii) a análise de desempenho e da aprendizagem pode ser realizada por meio da personalização baseada em dados inteligentes e; (iii) fortalecer exponencialmente a capacidade de aprendizado colaborativo, uma vez que os professores passarão a ser facilitadores que constroem comunidades em torno do aprendizado, talento e habilidades de seus alunos.
Precisaremos investir muito em educação de qualidade se quisermos alcançar o patamar das sociedades mais inovadoras do mundo, e só conseguiremos dar um verdadeiro salto de qualidade na nossa educação se inovarmos profundamente a maneira como educamos. Freire acena o caráter processual inerente à construção de uma educação verdadeiramente transformadora, aquela em que a busca de se construir uma sociedade mais justa e igualitária se sobreponha ao desejo de ocupar uma posição individualmente privilegiada. Desta foram, convido a todos a nos colocarmos empaticamente para sermos agentes de transformação impregnados de paixão, sem ressalvas às práticas que nos ajudam a sentir a dor do outro, a ensinarmos a capacidade de aprendermos a aprender e, assim, nos apaixonarmos mais pelo problema do que a solução.