° / °

Polícia Militar inicia curso de formação de 500 soldados

Por

Foto: Hélia Scheppa/SEI.
Foto: Hélia Scheppa/SEI.
O novo efetivo de 523 policiais militares que estará nas ruas a partir do próximo mês de janeiro, já iniciou o Curso de Formação e Habilitação de Praças (CFHP). Na manhã desta quinta (4), foi realiza uma aula inaugural com a nova turma no Centro de Convenções, em Olinda. O curso começou no dia 1° de julho e termina no próximo mês de dezembro. Esta formação básica dá condições de chegar até a graduação de segundo sargento. Após a conclusão, os recrutas ainda passam por um estágio probatório e em seguida são declarados soldados da Polícia Militar.

Nesta fase final de formação, os aprovados no concurso ocorrido em 2017 terão que cumprir 1.074 horas/aula de 46 disciplinas, sendo 16 específicas da prática policial e 30 convencionais. Ao longo desses seis meses, os aspirantes aprendem sobre ética, cidadania e Direitos Humanos, além da parte militar e técnica, com aulas de tiro, defesa pessoal e abordagem policial. As aulas acontecem no Centro de Ensino Metropolitano I (CEMET I), localizado no bairro do Curado I, em Jaboatão dos Guararapes. 

Durante o semestre, os alunos recebem bolsa de R$ 1,1 mil por mês. Após a nomeação, os soldados passam a receber remuneração inicial de R$ 2.819,88, mais as vantagens previstas na legislação. Integram esta nova turma 425 homens e 98 mulheres. Do total de alunos, 431 são pernambucanos. Outros aspirantes a soldados vem de estados como Sergipe, Alagoas, Piauí, Bahia, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Paraíba.

As áreas estratégicas que devem receber os novos soldados ainda não foram definidas pela Secretaria de Defesa Social (SDS). Ao todo, Pernambuco tem 48 unidades operacionais da Polícia Militar que cobrem do Litoral ao Sertão, para onde os recrutas serão relocados para realizar policiamento ostensivo e preventivo. "Ao longo da formação nós iremos verificar quais são as unidades com maior defasagem e qual a mancha criminal no território que tem a responsabilidade sobre essas unidades", explicou o coronel da PM, Vanildo Maranhão.

Segundo o secretário estadual de Defesa Social, Antônio de Pádua, a nova formação faz parde da política de combate à violência no estado. "Este é um concurso bastante difícil e esta última etapa inclui seis meses de capacitação e instrução em várias áreas de atuação. Em janeiro de 2020 se incia um treinamento e após isso são empregados efetivamente nas ruas. Esses policiais que estão ingressando auxiliam na redução da violência, já que estamos no 22° mês consecutivo de redução de crimes violentos patrimoniais e o 19° mês consecutivos de crime contra à vida", comentou o secretário.

Além do concurso, outros investimentos na segurança estão em andamento, como as reformas estruturais nas unidades operacionais. Alguns exemplos são a inauguração do 26° Batalhão de Polícia Militar (BPM), em Itapissuma, na Região Metropolitana do Recife e a reforma do 17° BPM, no Cabo de Santo Agostinho, também no Grande Recife.

"O planejamento está focado em continuar diminuindo o número de homicídios, furtos e roubos em Pernambuco. Com a chegada desses novos alunos que iniciaram o treinamento específico e uma formação adequada, temos a confiança de que os investimentos vão continuar. Eles estão com muita vontade e dedicação de servir ao estado de Pernambuco, ao Pacto pela Vida e estão ingressando na Polícia Militar para honrar as tradições da polícia ajudar a diminuir a violência", comentou o governador do estado, Paulo Câmara.

Defasagem

Apesar dessas novas contratações, o estado conta atualmente com apenas 18.900 policiais militares ativos. Desses, apenas 2.500 são femininos. A média anual de PMs que vão para a reserva remunerada é de 350 a 400 policiais. Nesse cenário, esses novos 523 soldados apenas completam o efetivo já abaixo do previsto, não havendo incremento. A Lei 12.544/2004 prevê que Pernambuco deve ter um quadro fixo de 26.865 policiais militares. Com a formação dos mais de 500 soldados, a PM de Pernambuco chegará a 19.400 policiais, pouco mais de 70% do necessário.

Segundo o comandante da PMPE, existe um planejamento de entrada anual que está programado para acontecer nos próximos anos para alcançar o número previsto na lei. "Essa é a primeira turma de uma política de pessoal que foi apresentada pela corporação ao governo do estado, e foi acatada, para que todos os anos a gente possa recolocar 500 novos policiais militares. Com isso, em médio prazo nós vamos chegar aos 26 mil", esclareceu coronel Vanildo Maranhão.

Mesmo que a diferença para o quantitativo previsto na lei seja de quase 8 mil policiais, o secretário estadual de Defesa Social, negou que exista defasagem. "Não há um déficit de policias militares no estado de Pernambuco. Existem contratações sendo realizadas com frequência através de um plano estratégico de recompletamento e aumento de efetivo. Já são mais de 5,5 mil novos policiais militares que ingressaram ao longos desses últimos quatro anos. E é justamente isso que tem contribuído para a diminuição da violência no estado", afirmou Pádua.

Assalto

Durante o evento, foi oferecido um minuto de silêncio pela morte do sargento da Polícia Militar, André José da Silva, de 32 anos, morto por assaltantes, nesta segunda, durante uma investida criminosa em Santa Cruz do Capibaribe, Agreste do estado. Nesta quarta-feira (3), em uma ação integrada com a Polícia Militar do estado da Paraíba, oito suspeitos foram mortos durante confronto com os policiais.

O governador Paulo Câmara lamentou a morte do militar. "A gente espera que fatos como esse sejam cada vez menores no nosso estado. Nos solidarizamos com a família e trabalhamos muito para prender quem ainda não foi preso. Houve a necessidade da atuação da polícia da Paraíba e de Pernambuco para com as pessoas que resistiram às prisões e teve o confronto. Mas a Polícia trabalha para salvar vidas", comentou Câmara.

Sobre os possíveis excessos cometidos pela polícia, já que seis homens e duas mulheres supostamente integrante de organizações criminosas foram mortas, o governador reiterou a confiança no trabalho da PM. "A Polícia é muito responsável. Temos muita confiança nos nossos policiais e todos os fatos como esses nós lamentamos, mas são devidamente apurados. Caso tenha ocorrido alguma coisa, vai passar por apuração. Em princípio, a gente reafirma a confiança no trabalho da Polícia Militar", disse.

O secretário de Defesa Social garantiu que as investigações não terminaram após a captura e morte dos suspeitos. "É lamentável que um policial militar seja morto daquela forma. Os vídeos mostram que houve abordagem por parte dos criminosos contra o policiamento que estava fazendo as rondas. Logo em seguida, houve uma ação integrada porque havia necessidade de realizar a prisão dessa quadrilha que atuava em Santa Cruz do Capibaribe. O confronto foi inevitável, pelo que foi relatado pelos policiais. Houve apreensão de muitas armas e as investigações vão continuar. Já se tem notícia de que existem outros integrantes, que serão identificados", disse Pádua.