O cajueiro também aportou na região em substituição ao algodão, que teve seu período áureo há algumas décadas mas deixou de ser explorado. Uma das comunidades que viu o declínio econômico por conta da falência na produção do chamado “ouro branco” foi a Lagoa do Caroá, que chegou, por conta da crise, a apresentar um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) de Carnaíba. O povoado somente começou a se erguer com o cultivo dos cajueiros, que agora passam a ganhar uma nova ênfase da gestão municipal.
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Agricultores retomam o plantio do caju em Carnaíba, Sertão do Pajeú
Apesar de cultivar outras plantas frutíferas, como laranja e acerola, Maria José investe no plantio de cajueiro por ser, segundo diz, de fácil manejo. Por conta disso, no período de inverno, ela já chegou a tirar até 100 sacas de castanhas. O preço varia de acordo com a safra, podendo ficar entre R$ 130 e R$ 150. “É uma renda extra para nós que vivemos da roça”, garante Maria José.
Agricultores estão otimistas com o plantio
Vanildo Nicácio da Silva, 46 anos, é um dos associados que recebeu as mudas de cajueiros. Plantadas, as mudinhas já começam a brotar. A expectativa é que daqui a dois anos comecem a dar frutos. Vanildo tem plantados 50 pés. Já teve até 100, mas a praga dizimou a plantação pela metade. Aos poucos, ele foi substituindo o feijão e milho pelo cajueiro. “A castanha é venda certa”, revela. No auge da safra, o agricultor chegou a colher até 25 sacas de castanhas. “A venda da castanha ajuda bem, dá uma boa feira”, diz Vanildo Nicácio.
É por este motivo que Maria Marcilene dos Santos, 28 anos, vizinha de Vanildo, resolveu receber as mudas distribuídas pela Secretaria de Agricultura. C om renda oriunda apenas do Bolsa-Família, ela aposta no plantio dos cajueiros para melhorar de vida. “Quero sair do sufoco, do aperto”, destaca.
Quem também é exemplo e não tem do que reclamar com o investimento nessa cultura típica é a agricultora Josefa Gonçalves da Silva, 65 anos. Dona Zefinha, como é con hecida, mantém uma propriedade com 50 hectares ocupados por uma variedade de plantas frutíferas, desse total dois são destinados ao plantio de cajus. São mais ou menos uns 150 pés de cajueiros. No ano passado, ela chegou a tirar 14 sacas de castanha, mas já houve época de tirar até 28 sacas. “Vamos retomar a produção”, promete a agricultora, que é presidente da Associação do Açude do Caroá. Para tocar seu plantio, dona Zefinha envolve toda a família.
“No domingo vem todo mundo aguar o terreno. Depois, a gente se junta debaixo do cajueiro para torrar as castanhas. Todo mundo já sabe “quebrar”, garante, dizendo que a farra é grande. A julgar pelo visual da propriedade, a gente acredita.Vanildo Nicácio faz questão de mostrar a muda nova que ganhou, enquanto Dona Zefinha lucra com a colheita e revenda de castanhas