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Conheça a cirurgia para nódulo de tireoide que não deixa cicatriz
Sete em cada dez pessoas poderão desenvolver um nódulo de tireoide ao longo da vida. Mais comum do que se possa imaginar, os nódulos nessa parte do corpo aparecem em cerca de 2 milhões de brasileiros por ano. Dentre os casos, 15% a 20% evoluirão para um câncer. Mesmo com altas taxas de cura, esse tipo de tumor sempre amedronta os acometidos, em função do tratamento cirúrgico convencional que deixa uma cicatriz no pescoço. Uma nova técnica, cuja primeira cirurgia foi realizada no Real Hospital Português (RHP), neste mês, contudo, promete mudar essa realidade.
Pelo modelo convencional de cirurgia para tratamento de nódulos de tireoide, é preciso fazer um corte de cerca de cinco a seis centímetros na região anterior do pescoço. “É uma cicatriz que acaba incomodando esteticamente muitos dos pacientes. É estigmatizante. Há estudos mostrando o impacto negativo dela na qualidade de vida das pessoas”, afirmou o cirurgião de cabeça e pescoço do RHP André Raposo, que realizou credenciamento para fazer o procedimento no Johns Hopkins Hospital, nos Estados Unidos. De acordo com ele, cerca de 70% dos nódulos de tireoide são em mulheres. A maioria dos nódulos não são cirúrgicos nem malignos, porém nem sempre o sintoma confere uma segurança total disso. Em consequência, mesmo se não houver a confirmação laboratorial de câncer, alguns pacientes precisarão passar por cirurgia.
Conhecida como Toetva (tireoidectomia endoscópica transoral por acesso vestibular), o novo procedimento começou a ser realizado no Brasil desde 2016. Ele está alinhado com as investigações científicas e tecnologias em desenvolvimento para que a medicina seja cada vez menos invasiva e agressiva nos tratamentos oferecidos ao paciente. Nessa técnica, a retirada total ou parcial da tireoide é realizada por meio do uso de instrumentos de videolaparoscopia, que são introduzidos a partir de três cortes – dois de meio centímetro e um de um centímetro – realizado na parte interna do lábio inferior. “São feitas três incisões e, entre a mucosa do lábio e a pele, são colocados portais para introdução da videolaparoscopia, que chega ao espaço submandibular. Toda a cirurgia é realizada por meio da videolaparoscopia”, explicou o médico André Raposo.
É como se o equipamento fizesse um caminho, por dentro da pele, no queixo. De acordo com ele, os resultados obtidos por meio dessa técnica são semelhantes aos do modelo de cirurgia convencional, com a diferença de que o paciente fica sem nenhuma cicatriz aparente. “Só pelo fato de não ter cicatriz, o paciente tem maior mobilidade no pescoço, tem uma deglutição melhor”, acrescenta o médico. Um detalhe importante da nova técnica é que, por usar imagens da videolaparoscopia, ela permite que os profissionais vejam com maior clareza, as estruturas nobres do entorno da tireoide, como as paratireoides. Estruturas que, se forem mexidas incorretamente, podem inf luenciar, por exemplo, no nível de cálcio do organismo.
É como se o equipamento fizesse um caminho, por dentro da pele, no queixo. De acordo com ele, os resultados obtidos por meio dessa técnica são semelhantes aos do modelo de cirurgia convencional, com a diferença de que o paciente fica sem nenhuma cicatriz aparente. “Só pelo fato de não ter cicatriz, o paciente tem maior mobilidade no pescoço, tem uma deglutição melhor”, acrescenta o médico. Um detalhe importante da nova técnica é que, por usar imagens da videolaparoscopia, ela permite que os profissionais vejam com maior clareza, as estruturas nobres do entorno da tireoide, como as paratireoides. Estruturas que, se forem mexidas incorretamente, podem inf luenciar, por exemplo, no nível de cálcio do organismo.
O primeiro paciente realizou a retirada parcial da tireoide por meio da Toetva na semana passada. Um vendedor de 47 anos, que preferiu não ser identificado, descobriu o câncer de tireoide por acaso. “Estava buscando realizar exames para poder emagrecer quando descobri o câncer. Não sentia nenhum sintoma. Foi meio de repente”, disse. Ele decidiu por experimentar o novo procedimento pelo tempo de recuperação e também para evitar ficar com a cicatriz. “Conheço uma pessoa que já fez um procedimento convencional e ficou com a voz rouca logo depois. No meu caso, eu fiquei apenas com a papada roxa, que desapareceu depois de dois dias”, contou.