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Linha do tempo: terreno do Cais José Estelita é alvo de disputas há sete anos

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Vista aérea do Cais José Estelita, em 2010. Foto: Helder Tavares/Arquivo DP.
O terreno do Cais José Estelita, área central do Recife, que voltou a ser notícia nesta segunda-feira (25) com a retomada da demolição dos galpões, é alvo de impasses há sete anos. Mobilizações do Movimento Ocupe Estelita começaram em 2012, quatro anos depois de o consórcio Novo Recife, formado pelas construtoras Moura Dubeux, Queiroz Galvão, GL Empreendimentos e Ara Empreendimentos, comprar em leilão a área da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA). Quando foi lançado, o projeto imobiliário pretendia construir 12 torres residenciais e comerciais de alto padrão, com até 40 andares. O metro quadrado das unidades do empreendimento custaria de R$ 5,5 mil a R$ 7,5 mil, o que tornaria a área uma das mais caras da cidade. Além disso, o plano previa estacionamentos para cerca de cinco mil veículos.

No dia 29 de fevereiro de 2012, o consórcio Novo Recife anunciou o início das obras no Cais José Estelita. Contrários à construção dos prédios por entender que o projeto seria danoso à cidade por não apresentar relatórios de impacto ambiental e de vizinhança e por ser desproporcional à massa edificada do bairro de São José, estudantes, arquitetos, professores e movimentos sociais começaram a se organizar para protestar contra o Novo Recife.

Apesar dos protestos, o projeto imobiliário foi aprovado pelo Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU) da Prefeitura de Recife em 28 de dezembro de 2012, a três dias do fim da gestão do ex-prefeito do Recife João da Costa (PT). A sessão foi realizada a portas fechadas. O ano que seguiu a aprovação, 2013, foi marcado pela intensificação da batalha judicial sobre o andamento do projeto. Os eventos promovidos pelo movimento Ocupe Estelita na área também se tornaram mais frequentes.

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De acordo com a construtora Moura Dubeux, o projeto inicial foi modificado. O Mirante do Cais será composto por dois edifícios residenciais. O andar térreo das duas torres contemplarão lojas de comércio e serviços. As plantas serão de quatro tipos: 226, 232, 262, 268 metros quadrados, com o preço do metro quadrado a R$ 8 mil. Com dois apartamentos por andar, cada unidade terá quatro suítes e quatro vagas na garagem. “Esse empreendimento cumpre as diretrizes definidas pelo poder público junto às expectativas de desenvolvimento para a região do Cais José Estelita, com 65% do terreno total do Cais José Estelita destinado a uso público”, afirmou um dos diretores da MD, Eduardo Moura, em novembro de 2018.