Vida Urbana

Áreas de contemplação da natureza são atrações no Recife

A capacidade do deque do Jardim do Baobá - que avança aproximadamente 12 metros na calha do rio - é para 30 pessoas. Foto: Léo Malafaia/Esp.DP.

Na Rua da Aurora, um píer instalado no ano passado tem chamado a atenção de quem gosta de ver a cidade por novos ângulos. A estrutura foi montada pela Prefeitura do Recife e pelo Clube Náutico Capibaribe para facilitar o acesso dos remadores ao rio. A função do elevado, porém, ultrapassou o objetivo inicial. Agora, o píer tem sido usado por moradores da via, de outras áreas da cidade e também por turistas. Pela passarela, é possível chegar se aproximar cerca de 50 metros do rio.

Na Rua da Aurora, um píer instalado no ano passado tem chamado a atenção de quem gosta de ver a cidade por novos ângulos. Foto: Peu Ricardo/DP.

Ao lado dos edifícios Píer Maurício de Nassau e Píer Duarte Coelho, a ponte-cais construída pelo condomínio é pública. Foto: Léo Malafaia/Esp.DP.

O píer do Jardim do Baobá, nas Graças, visitado pela acreana Andréia Farias se movimenta com a variação da maré. Dessa forma, com a maré alta ou baixa os visitantes podem contemplar o rio de diferentes ângulos e não apenas das margens. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Recife, o ponto de observação é feito em polietileno com tratamento UV, o material não resseca com a exposição ao sol e mantém a resistência. O revestimento é feito com a madeira maçaranduba, resistente a água e ao sol.

A capacidade do deque – que avança aproximadamente 12 metros na calha do rio - é para 30 pessoas. “Há seis meses, o píer recebeu reforço na estrutura. Existe um funcionário no local que faz o acompanhamento diário e, caso detecte algum problema, avisa aos técnicos para que seja feita a manutenção. Além disso, a estrutura é avaliada trimestralmente pelos engenheiros”, garantiu a Secretaria por nota. “Trouxe a minha amiga para mostrar o Capibaribe mais de perto”, disse o motorista de aplicativo Luiz Felipe Costa, 24, paraense que mora no Recife há sete meses e levou Andréia para visitar o píer do Jardim do Baobá. “Rio Branco, minha cidade, nasceu no entorno do rio. Hoje, ele é muito poluído. Poder visitar o Capibaribe e fazer um paralelo com a minha realidade foi interessante”, afirmou a turista.

O professor de educação física Gileno Pereira, 32, costuma passear com a filha, Gisele, na Lagoa do Araçá. Foto: Peu Ricardo/DP.

A arquiteta e urbanista Patrícia Menezes, membro do grupo de pesquisa multidisciplinar da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Inciti – Pesquisa e Inovação para as Cidades, ressaltou que píeres são espaços que permitem uma aproximação da população em relação ao rio. “Em nossas andanças pela cidade, apesar de estarmos perto do rio, nem sempre o vemos. Além da função de atracar embarcações, o píer tem, então, essa missão, de aproximar e enxergar o rio”, pontuou. Segundo a especialista, outros trechos com píer vão surgir na cidade, com as entregas do Parque Capibaribe. “Tentamos sempre usar materiais que dialoguem ao máximo com a natureza e flutuantes para não precisar cavar estacas”, explicou.  

Leia a notícia no Diario de Pernambuco
Loading ...