A Secretaria Estadual de Saúde investiga a primeira morte do ano por suspeita de Doença Meningocócica (DM). Trata-se de uma infecção bacteriana aguda grave que pode levar à meningite e a uma infecção generalizada (meningococcemia). O óbito foi de um homem na faixa dos 40 anos, no dia 6 de janeiro, no Hospital Correia Picanço, Recife. Ele era morador da Zona Rural de Gravatá, Agreste do Estado. Na mesma região, em Caruaru, uma outra paciente foi registrada com suspeita da enfermidade. A mulher, também na faixa dos 40 anos, teve início dos sintomas no dia 4 de janeiro e está internada no Correia Picanço, com quadro estável.
Em 2018, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) notificou 42 casos de doença meningocócica, um aumento de 44% em relação a 2017, com 29 notificações. Em relação aos confirmados, foram 28 em 2018 e 17 em 2017. Já em relação aos óbitos, foram quatro em 2018 e dois em 2017. No primeiro informe epidemiológico de 2019, com dados até o dia 5 de janeiro, há duas notificações de doença meningocócica. No mesmo período de 2018 não foram feitas notificações.
De acordo com o diretor-geral de Controle de Doenças Transmissíveis da SES, George Dimech, apesar do aumento das notificações e confirmações em 2018, não há motivos para apreensão, já que foram registrados casos isolados, sem relação de localidade e período de ocorrência. “A doença meningocócica pode ocorrer durante qualquer período do ano. O papel do profissional de saúde é detectar precocemente um caso suspeito para que as ações de assistência ao paciente sejam tomadas. Além disso, há medidas profiláticas que devem ser adotadas para as pessoas que tiveram contato mais próximo com o caso suspeito, prevenindo, assim, possíveis surtos. Analisando os dados, vemos que esse trabalho de vigilância vem sendo executado pelos municípios, com o apoio do Estado, e resultado no controle de possíveis surtos”, afirma.
Vacinas
Nos últimos anos, o Ministério da Saúde (MS) ampliou a faixa etária do público que pode ser vacinado contra meningite C no Sistema Único de Saúde (SUS). Inicialmente, em 2010, a vacina estava disponível apenas para crianças. Em 2017, foi a vez de agregar os adolescentes. A imunização é feita de rotina, ou seja, está disponível diariamente nos postos de saúde que contam com sala de vacina. Na infância, a vacina meningocócica C deve ser aplicada aos 3 meses de vida e aos 5 meses. Aos 12 meses é feito um reforço, completando, assim, o ciclo em três doses. Ou seja, até um ano de idade a criança deve estar com este esquema vacinal completo. Para crianças que não receberam o reforço aos 12 meses, a vacina poderá ser administrada até os 4 anos de idade. Já na adolescência, para o público entre 11 e 14 anos, deve ser feito outro reforço ou dose única para quem não tem histórico vacinal.
Só em 2018, o Estado recebeu do Ministério da Saúde 484.188 doses da vacina, uma média mensal de 40,3 mil doses. Apesar de a média necessária ser de 67,2 mil doses, a coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Ana Catarina de Melo, diz que Pernambuco está abastecido do imunizante. Em 2018, dados parciais apontam que os municípios vacinaram 266 mil contra a meningite C, o que demonstra que há saldo para quem ainda não foi imunizado. “Precisamos sensibilizar os pais e responsáveis que é preciso completar o esquema vacinal da criança para ela estar protegida. Outro desafio é alcançar o adolescente, que tem mais dificuldade de chegar até o posto de saúde. Só assim podemos evitar casos graves e óbitos nessa população”, afirma Ana Catarina.