De cada três veículos percorrendo as ruas recifenses todos os dias, um deles circula pelos principais corredores de Boa Viagem. Ao longo dos últimos cinco anos, o trânsito do bairro passou por uma transformação para melhorar a fluidez no tráfego. Os carros perderam um pouco do protagonismo a partir de experiências bem-sucedidas de planejamento viário e tiveram que abrir espaço para corredores exclusivos de transporte coletivo. Dos 36 quilômetros de faixas azuis implantadas no Recife desde 2013, 12 deles estão em Boa Viagem. E já está em estudo um corredor para a Avenida Jequitinhonha, que faz ligação com o bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes.
O primeiro corredor exclusivo para ônibus no bairro foi implementado em junho de 2014, nas avenidas Domingos Ferreira e Herculano Bandeira. Desde então, outras duas foram incorporadas ao mesmo sistema, a Conselheiro Aguiar e mais recentemente a Antônio de Goés. “Em 2012, uma pesquisa de qualidade realizada aqui apontou o tempo gasto nos engarrafamentos como um dos principais problemas sentidos pelos usuários do transporte público. Então, começamos a olhar os principais corredores e criamos o projeto de faixas azuis”, explica a presidente da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), Taciana Ferreira.
Nos cinco principais corredores viários de Boa Viagem circulam por dia 200,6 mil veículos. Cada transporte individual tem uma taxa média de ocupação de 1,2 pessoa, de acordo com a última pesquisa de Origem e Destino. Somente na Avenida Antônio de Góes, os coletivos levam 94 mil passageiros por dia, com uma taxa de ocupação de 64,3 passageiros por viagem. Já os automóveis levam 72 mil passageiros por dia.
“Boa Viagem tem uma particularidade. Lá a demanda por ônibus é muito estável, ocorre durante o dia. É diferente de outras áreas da cidade em que a demanda se concentra nos horários de pico”, analisa o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) Maurício Pina.