Vida Urbana

Fisioterapeuta da PM é suspeito de estuprar paciente

Mulher denuncia ter sido abusada pelo fisioterapeuta, um sargento do Corpo de Bombeiros Militar, durante consulta no Hospital da Polícia Militar

Mulher denuncia ter sido abusada pelo fisioterapeuta, durante consulta no Hospital da Polícia Militar. Foto: Google/ Reprodução

A Polícia Civil de Pernambuco deve apresentar esta semana e remeter à Justiça a conclusão de um inquérito sobre mais um caso de suspeita de estupro cometido por um profissional de saúde contra uma paciente. A denúncia foi feita pela vítima no ano de 2014, mas apenas agora, quatro anos depois, as investigações estão sendo concluídas.

A mulher denuncia ter sido estuprada pelo fisioterapeuta, um sargento do Corpo de Bombeiros Militar, durante consulta realizada no Hospital da Polícia Militar. Apesar da ausência de penetração, o crime é considerado estupro, mediante as provas colhidas durante a investigação, a cargo da delegada Antonieta Calado.

Outro caso - No dia dois de março foi preso o médico traumatologista Kid Nélio Souza de Melo, de 35 anos, suspeito de ter estuprado pelo menos oito pacientes. Paralelamente ao inquérito policial por estupro, o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) abriu sindicância interna que pode culminar com a cassação do registro. O médico, formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, teve a primeira licença profissional registrada no Conselho Regional de Medicina daquele estado (Cremern). O registro foi transferido ao Cremepe, quando ele se mudou de Natal para o Recife. Após a primeira denúncia, ele foi imediatamente afastado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira.

Uma vítima de 18 anos, que fez a primeira denúncia, procurou atendimento no setor de traumatologia da UPA da Imbiribeira por volta das 9h do dia 21 de fevereiro após sofrer um acidente em casa. O traumatologista solicitou exames e, quando ela retornou para entregá-los, ele a molestou no consultório. Em depoimento, a jovem contou à polícia que o médico pediu para ela abaixar o short, a apalpou, esfregou o corpo contra o dela e ejaculou. A coordenação da UPA afastou o profissional e informou que a direção tomará medidas cabíveis, além de se colocar à disposição da polícia para apoiar a apuração do caso.
 
Com a divulgação do caso, outras mulheres procuraram a polícia para denunciá-lo. Nesta quinta-feira, uma das mulheres foi fazer a denúncia acompanhada do marido. A vítima, que pediu para não ter a identidade revelada, contou que reconheceu o médico e chorou ao ver a foto dele no Diario de Pernambuco. A paciente de 29 anos disse que o abuso foi cometido em 2016, quando ela sofreu um acidente de trabalho na mão esquerda e foi atendida em um hospital privado no bairro do Espinheiro, na Zona Norte do Recife. Os demais casos denunciados até agora ocorreram na UPA da Imbiribeira, na Zona Sul.
 
Durante o depoimento, os momentos de constrangimento e revolta voltaram à tona com força. Ela ressaltou que só decidiu procurar a delegacia por causa do marido, que a viu chorando depois de olhar para a foto. “Se eu tivesse visto a imagem sozinha, eu teria guardado esse sentimento para ele não saber”, contou a vítima. 

Já na primeira consulta, a paciente achou estranho o comportamento do médico. “Ele ficava alisando a minha mão e passei a pedir para meu marido entrar junto comigo”, disse. O esposo dela não entendia, na ocasião, a razão do medo. “Eu brincava e perguntava ‘tá com medo de Kid Bengala’?, mas não tinha ideia da gravidade”, revelou o homem, que, em sua piada, referia-se a um ator de filmes pornôs.

Na época com 27 anos, a paciente passou por um procedimento cirúrgico e, ainda anestesiada, acordou com o médico tocando nas suas partes íntimas. “Ele fez coisas comigo dormindo. Por duas vezes acordei com ele passando a mão por baixo da minha roupa”, disse.

A vítima passou quase cinco horas em depoimento, ontem, na Delegacia da Mulher. “Eu confirmei que tinha sido abusada pelo mesmo médico da foto. Nunca quis denunciar por vergonha e medo de meu marido fazer alguma besteira, mas como esse médico fez a mesma coisa com outras mulheres, é bom que todas denunciem. Não sei o que a polícia está esperando para divulgar a foto. Se não fosse o Diario, eu não saberia que era a mesma pessoa”, afirmou. 

Enquanto a esposa dava depoimento, o marido aguardava no corredor, ao lado da porta. Inquieto e irritado, ele conversou com nossa equipe. “Eu me sinto impotente. A vontade era de matar esse médico, mas não vou estragar a minha vida e da minha família e sei que a polícia, mais cedo ou mais tarde, vai pegar ele. Eu soube que ele veio para Pernambuco há quatro anos. Quando a foto sair na televisão, vão aparecer mais vítimas com certeza”, contou.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco
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