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Após assassinato de fundadora do Eu Acho É Pouco, protesto pede segurança em Olinda

Muitas flores foram depositadas na fachada da residência da arquiteta, que foi encontrada morta no quintal do local

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Manifestantes se concentraram nos Quatro Cantos. Foto: Shilton Araujo/Esp.DP

O assassinato de Maria Alice Soares dos Anjos, a Baixinha, motivou um protesto no Sítio Histórico de Olinda neste sábado (17), às 16h. Organizado pela Sociedade Olindense de Defesa da Cidade Alta (Sodeca), o ato tinha como objetivo reivindicar mais segurança na área, frequentemente afetada por assaltos, furtos e tráfico de drogas. Amigos e familiares da arquiteta, moradores da região e indivíduos sensibilizados pela tragédia se concentraram nos Quatro Cantos, seguindo em uma marcha silenciosa pelas ladeiras que outrora eram cenários de folia. A artista plástica foi encontrada morta no quintal de casa na noite da última terça-feira (13). Embora as investigações não tenham sido concluídas, a principal hipótese da Polícia Civil é que tenha sido latrocínio - roubo seguido de homicídio.

Entre a multidão estava o estandarte do Eu Acho é Pouco, bloco de carnaval do qual Baixinha foi uma das fundadoras, em 1976. Encabeçando a caminhada, havia uma faixa com os dizeres “Alice Baixinha Presente Sempre”. O ápice da manifestação foi quando o grupo se concentrou na frente da residência da vítima, local em que o crime foi consumado. Muitas flores foram depositadas na fachada da construção, uma típica casa da área histórica, com cores fortes. “Vivi muitos momentos felizes aqui e jamais imaginei que um dia essa casa seria lacrada pela polícia por conta de um crime. É simplesmente estarrecedor e muito doloroso”, desabafou Ana Magali Duque de Soares, enteada de Baixinha. 

Natan Nigro, um dos coordenadores do Sodeca, diz que a morte da amiga foi um ponto alto na história de violência da Cidade Alta: “Existem áreas vulneráveis para furtos e assaltos. Os quintais das casas são alvos, os criminosos entram pelos telhados. Por mais que tenhamos polícia para fazer a segurança, ainda não é suficiente”. Ele relembra que, dois dias antes do assassinato, Maria Alice havia prestado um boletim de ocorrência por furto no domicílio. “Uma pessoa que sempre pregou pela generosidade, diversidade e justiça social. A Baixinha estava comprometida com a vida e nunca aceitou o estado de sítio que a sociedade brasileira hoje nos impõe”, discursou Vera Miler, amiga da vítima e coordenadora do Sodeca.