O estudo apresentou dados inéditos como a informação de que 2% dos usuários do Norte-Sul usavam o carro antes de adotar o sistema como principal transporte. No Leste-Oeste, o percentual foi de 3%. A substituição do carro ou do ônibus convencionais pelo BRT acarretou economia de 61% (17,6 mil toneladas) de emissão de gás carbônico.
O BRT Via Livre aumentou de 13% para 23% o percentual da população coberta por sistemas de transporte de média e alta capacidade. De 20% para 30% foi o aumento da cobertura de acesso a postos de trabalho privados. Também cresceu de 15% para 31% a cobertura de acesso a policlínicas e hospitais, e de 14% a 29% a cobertura de acesso a instituições de ensino superior.
O maior entrave apontado é a falta de regularidade nas viagens, ponto em que o BRT pernambucano é o pior entre os sistemas já avaliados no país. Mesmo onde há corredor exclusivo (30,4 km do percurso), o espaço é invadido por outros veículos e os ônibus ficam presos em congestionamentos. O Grande Recife informou que recebeu os resultados e que os dados serão levados em conta nas próximas ações e planejamentos.
Reforço na estrutura é principal prioridade
O ITDP entregou ao poder público sugestões divididas em três eixos: aprimoramento da infraestrutura e operação, melhoria das condições de acesso a pedestres e ciclistas, e promoção de desenvolvimento orientado ao transporte sustentável. Na infraestrutura, sugere extensão do corredor exclusivo até o Centro, segregação física do Leste-Oeste (hoje separado por tachões), circuito interno de segurança, adoção de linhas expressas e conclusão das estações pendentes. Quanto à melhoria nas condições de acesso a pedestres e ciclistas, sugere requalificação de calçadas, regulação de velocidade em 50 km/h, melhor iluminação pública e paisagismo, e instalação de bicicletários e paraciclos.
O diretor de Operações do Grande Recife, André Melibeu, respondeu que os pontos do primeiro eixo estavam contemplados no projeto original do BRT. As sugestões do eixo 2 serão consideradas. “O mais importante é terminar toda os terminais e as estações que estão pendentes. Também vamos implantar fiscalização eletrônica nos corredores para evitar invasão. Aguardamos a conclusão da instalação da fibra óptica para monitorar veículos e liberar essas informações (de tempo de espera, por exemplo) para os usuários”, pontuou.