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Recife já teve 300 placas depredadas em 2017
Vandalismo degrada a sinalização do trânsito, gerando prejuízos e prejudicando a mobilidade

Além de ser uma péssima atitude em termos de educação e cidadania, vandalizar sinalizações de trânsito pode colocar em risco a vida de pessoas e prejudicar quem age dentro da lei. As placas instaladas para tentar garantir a mobilidade são o alvo principal de quem despreza as regras de segurança viária. Segundo a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), somente neste ano, de janeiro a setembro, 300 placas precisaram ser repostas, sendo 90% delas relacionadas à permissão ou proibição de estacionamento. Entre as principais ações, estão a pichação e a retirada dos reguladores viários.
O consultor em segurança viária e presidente da Em Trânsito Consultoria, Eduardo Biavati, destaca que, infelizmente, essa é uma situação muito antiga em todas as grandes cidades brasileiras. “Revoltadas contra as regras públicas, muitas pessoas vandalizam as sinalizações de trânsito sem medir a consequência de seus atos. Quando a sinalização se refere apenas a estacionamentos, ainda é um pouco menos grave. Ainda assim, se é para proibir estacionar ou parar, pode provocar um grave acidente. E há também quem piche e arranque placas de limites de velocidade, de paradas obrigatórias, e quem pinte meios-fios e faixas de pedestre em locais perigosos”.
Por ser um problema recorrente, os órgãos de trânsito lidam com gastos mensais fixos na reposição dessas sinalizações depredadas. De acordo com a CTTU, neste ano foram R$ 50 mil. Mas em 2014, quando foram contabilizadas mais de duas mil placas de trânsito quebradas, arrancadas ou furtadas, além de outras ações de vandalismo, o prejuízo chegou a R$ 350 mil.
Como consultor em educação no trânsito, Biavati lembra que a sinalização viária é fundamental para garantir uma mínima segurança para o conjunto de atores que se deslocam pela cidade, não apenas os motoristas. “O prejuízo é para todo mundo, porque as regras ordenam um jeito de utilizar o espaço público. A sinalização não existe para encher o saco de ninguém. As nossas cidades são, de forma geral, mal sinalizadas e as pessoas ainda prostestam depredando os instrumentos reguladores. Quem faz isso também é cúmplice da violência no trânsito”, coloca Biavati.
Até para punir os infratores, a fiscalização depende de uma marcação correta, porque ela é a tradução visual do que está escrito na legislação de trânsito. No Bairro do Recife, por exemplo, é comum que vândalos arranquem, pichem ou alterem as horas permitidas das placas de Zona Azul. Segundo a CTTU, existem fiscais fazendo rondas para vistoriar os locais onde é necessário fazer a reposição de sinalização.
“Fui procurar uma vaga de cinco horas para estacionar na Rua da Moeda e na Praça do Arsenal, e as placas haviam sido pichadas. Os flanelinhas me disseram que a vaga era de duas horas, mas eu já sei as áreas onde as vagas de cinco horas”, contou Teresa Dantas, que trabalha no bairro. O motorista que for multado pode recorrer se no local a placa estiver danificada.