A advogada e professora universitária Manoela Alves, de 33 anos, também questiona. "A decisão é incoerente e desrespeitosa aos direitos humanos. Fez com que nós regredíssemos 27 anos em uma semana. As pessoas estão falando como se homossexualidade fosse opção. Autorizar o tratamento estigmatiza a comunidade LGBT, que já é tão marginalizada. Mas ainda temos confiança de que, em maiores instâncias, irão barrar essa decisão. O ato de hoje demarca uma luta que qualquer pessoa pode e deve ocupar, porque essa luta é uma luta por respeito e por igualdade de direitos. É uma forma de dizer que não vamos tolerar nenhum tipo de discriminação", ponderou.
A realidade marcada por conflitos daqueles que conseguem ir além dos armários não pode ser ignorada. Participante do movimento, o olindense Lucas Vinicius da Silva, de 20 anos, pede que a orientação sexual não seja tratada como doença e lembra as consequências do preconceito que já enfrentou. "Eu sofri homofobia dentro de casa. Me assumi com 14 anos e foi muito difícil. Meu irmão me agrediu e fui expulso. Depois, ainda apanhei na rua", contou.
Com informações da repórter Eduarda França