Vida Urbana

Porteiro libera assaltante após falta de retorno da PM

Em nota, Polícia Militar reconheceu congestionamento de demandas no sistema de atendimento

Porteiro libera assaltante após falta de retorno da PM. Foto: Julio Jacobina/ DP/ DA Press

Moradores e funcionário do Edifício Margarida Renda Colonial, localizado na avenida Rosa e Silva, bairro das Graças, Zona Norte do Recife, viveram momentos de tensão e indignação na madrugada desta segunda-feira. Por volta de 1h, o porteiro do prédio viu, pelas câmeras de segurança, uma pessoa tentando furtar bicicletas da garagem. O funcionário foi ao local, deteve o suspeito, que aparentava ser adolescente e telefonou para o 190 da Polícia Militar para entregá-lo para a polícia.

O rapaz foi colocado em uma área entre as portas de vidro de segurança, enquanto o porteiro aguardava a chegada da PM. De acordo com o suspeito, outros dois homens participaram da investida e estariam na garagem. Até o momento não se sabe se foi uma tentativa de intimidação do adolescente ou se a dupla teria conseguido fugir.

Um casal de moradores que desceu do imóvel para receber encomendas de um restaurante percebeu a situação e auxiliou o funcionário, reforçando a solicitação à PM. No entanto, até o momento, a corporação não enviou uma viatura ao local.

"Eu liguei pela primeira vez à 1h40, quando o porteiro já havia ligado. Depois de mais de 30 minutos de espera, tento novamente saber o que aconteceu e sou informada que a viatura sequer foi despachada! 'Não há viatura disponível', diz o setor militar que acompanha as ocorrências. Já foi um martírio chegar até esse setor, porque é preciso passar primeiro por um telemarketing que parece de empresa, com música de espera e tudo. Um detido e dois bandidos soltos, uma pessoa (o porteiro) com risco de vida aguardando socorro policial... E nada", desabafou uma moradora.

Segundo ela, na última ligação, feita por volta de 3h, o serviço de telemarketing repassou o recado do setor militar de que, quando houvesse viatura disponível, ela seria enviada ao local. "Quando saímos para trabalhar, soubemos do porteiro que assumiu o turno da manhã que o porteiro, sem qualquer retorno da polícia, resolveu liberar o suspeito e registrar o caso no livro de ocorrências do prédio", disse.

Procurada pelo Diario de Pernambuco, a Polícia Militar se pronunciou sobre o caso por meio de nota oficial. Confira o texto na íntegra:

A Polícia Militar de Pernambuco reconhece que houve congestionamento de demandas no sistema de atendimento, quando da solicitação para deslocamento de viatura para a ocorrência citada. Isso se explica quando o número de solicitações ultrapassa a capacidade média de  lançamento de viaturas no mesmo horário. Isso é uma excepcionalidade. No momento do registro junto ao CIODS (Centro Integrado de Operações de Defesa Social) todas as viaturas estavam empenhadas em ocorrências e não seria possível deslocar uma viatura que estava com ocorrência em andamento para atender à outra. Quando a viatura foi disponibilizada o suspeito já havia sido liberado pelos próprios populares.

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