Vida Urbana

Polícia indicia homem que envenenou nove pessoas em Camaragibe

Ele está preso no Cotel, em Abreu e Lima, e teve a prisão temporária transformada em preventiva

Segundo a delegada responsável pelo caso, não restam dúvidas de que o ex-namorado de Débora, Jesemiel Hidalgo da Silva, foi o autor do crime e que era ela o alvo. Foto: Shilton Araújo/Esp. DP.

A vítima contou que o homem foi a sua casa um dia antes de passar mal e ser socorrida e, ainda, teria falado que tinha um presente para ela. Com isso, a polícia concluiu a investigação indiciando Jesemiel pelo crime tentativa de homicídio contra nove pessoas. Ele segue preso no Centro de Observação Criminológica e Triagem (Cotel), onde aguarda julgamento. Caso seja condenado, sua pena pode chegar a até 28 anos. A prisão temporária que havia contra ele foi revertida para preventiva.

A perícia encontrou chumbinho, um veneno proibido - mas comumente usado para matar ratos, no pó de café e nos condimentos, como coloral. Ingredientes os quais Débora usou para preparar o almoço de Dia das Mães. De acordo com os depoimentos apurados, a versão dada à polícia por Jesemiel logo foi desmentida. Ele negou o crime, acusou o ex-marido de Débora - com quem ela passou sete anos - e afirmou ter ido na casa da moça apenas uma vez após o término.

Mas os familiares e a própria jovem provaram o contrário. Ele apareceu na residência outras vezes e estava inconformado com a decisão dela tentar retomar o antigo relacionamento. Inclusive, Débora contou à delegada que, dois dias antes do ocorrido, Jesemiel foi a sua casa e disse que mataria seu ex-marido, que mora na casa da frente. Segundo informações da polícia, o autor do crime já tem antecedentes criminais e respondia em liberdade pela acusação de latrocínio, que é o roubo seguido de morte.

Embora Débora Regina tenha conseguido escapar da morte, hoje, seu estado de saúde é irreversível. Ela tem sequelas na voz e problemas de respiração após ter sido submetida a traqueostomia. De acordo com o acompanhamento da delegada, a jovem é socorrida praticamente todos os dias com dificuldades para respirar. Sua família, que também foi envenenada, no entanto, não sofreu nenhuma sequela física. A explicação para isso é que, como Débora foi a primeira a comer a comida contaminada, ainda no dia 12, os médicos não diagnosticaram rápido o suficiente para tratá-la.

Isso lhe custou um tempo precioso para reverter sua condição. Seus familiares, quando socorridos para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), um dia depois, já sabiam da situação da moça e foram tratados logo. Além de Débora, os afetados foram o pai dela, Regivaldo Francisco Soares; o irmão, Talisson Soares; Valquilene Maria Soares; Nilva Maria da Silva Soares; Augusto Francisco Soares; Vilma Maria Soares; José Edson Soares da Silva; e Gleice Kelly Soares. Ainda segundo a delegada, o suspeito negou que tivesse colocado veneno na casa da família da ex-namorada.

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