Todos imóveis construídos no terreno onde um imóvel desabou parcialmente na madrugada desta terça-feira serão demolidos. A informação foi divulgada pela Defesa Civil de Paulista, após vistoria. O laudo aponta irregularidades na construção do primeiro andar do prédio cuja laje desabou, matando uma criança e deixando dois adultos feridos. A Prefeitura ainda não conseguiu contato com o dono do terreno onde estão localizadas uma padaria, uma barbearia e duas residências, na Avenida A, nas imediações do Mercado Popular, bairro de Maranguape II, em Paulista, Região Metropolitana do Recife (RMR). Nenhum comércio tinha alvará de funcionamento.
O menino de oito anos, identificado como Mateus Gilberto Ivo do Nascimento, ficou preso nos escombros, chegou a ser resgatado com vida, mas sofreu uma parada cardíaca dentro da ambulância e morreu logo após dar entrada no Hospital Miguel Arraes (HMA).
A mãe dele, Renata Michelli Ivo da Cunha Mendonça, de 25 anos, também ficou soterrada e teve a perna direita amputada. Ela recebeu os primeiro socorros no local e foi está internada no Hospital Miguel Arraes, onde foi submetida a uma cirurgia às 6h30 e continua internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
O outro ferido, o padrasto do garoto, Emerson Mendonça da Silva, de 19 anos, sofreu escoriações pelo corpo e já recebeu alta. A avó dele, a aposentada Amara Maria da Silva, 60 anos, disse que os dois estão casados há um mês no religioso e antes de ontem foi o casamento civil. A familia morava há um mês no primeiro andar e ele tinha uma barbearia no térreo, ao lado da padaria.
Os vizinhos disseram ao Corpo de Bombeiros, que realizou o resgate das vítimas, que o acidente aconteceu por volta das 4h20. A laje do primeiro pavimento do imóvel cedeu. No piso superior, ficava a residência da família atingida e no piso térreo funcionava uma padaria.
Além de seis equipes dos bombeiros, atuaram na ocorrência policiais militares e uma equipe do serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Outro caso - No dia 10 de julho, um prédio residencial desabou em Garanhuns, Agreste de Pernambuco, deixando duas pessoas mortas: o servidor público Antônio Arcoverde, de 27 anos, e o aposentado Edval Soares da Silva, de 66 anos.
O primeiro corpo encontrado foi de Antônio. Ele era casado com Genicélia Cardoso de Lima, 29, que escapou do desabamento com apenas um corte no braço. A filha do casal, com 20 dias de nascida, não teve ferimentos. Depois de receber pontos no Hospital Regional Dom Moura, a mãe recebeu alta, junto com o bebê. No início da noite, foi encontrado o corpo da segunda vítima, Edval. Ele estava sob uma laje que precisou ser quebrada para facilitar o resgate. Edvaldo estava no térreo do prédio quando voltou para pegar documentos no apartamento dele.
Em 2008, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PE) notificou a obra porque era feita sem um engenheiro responsável técnico. Na época, inclusive, houve um desmoronamento em um dos três blocos do condomínio.
O desabamento aconteceu por volta das 6h. Cada bloco tinha três pisos, pilotis e garagem. Havia dois apartamentos por andar, ou seja, seis no total. Todos eram ocupados. Segundo informações repassadas para o Crea, atrás dos blocos também foi construído um muro de arrimo porque a área é íngreme. Essa obra também exige a contratação de um engenheiro. Por isso o órgão vai investigar se uma possível contratação de um profissional após a notificação foi para acompanhar o muro ou a obra dos três prédios do residencial.
O Crea tem a função de verificar se a obra tem profissional habilitado e se a a empresa tem registro no Crea. Enquanto isso, a Polícia Civil vai investigar se houve imperícia ou imprudência na obra ou na manutenção do prédio. Os outros dois blocos estão interditados para vistoria.
Outros moradores escaparam porque começaram a ouvir estalos ainda de madrugada no prédio, localizado na Rua Desembargador João Paes, no bairro de Aluísio Pinto. Apenas a família do bebê não teria acordado. Já o economista José Tavares disse ter escapado porque fez uma viagem não planejada para a Bahia, onde foi visitar o sogro e a sogra.
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