Vida Urbana

Inclusão do frevo na grade curricular considera características regionais e locais

Inclusão do frevo na grade curricular considera características regionais e locais . Foto: Alcione Ferreira/DP

A inclusão do frevo na grade curricular das escolas pernambucanas revela uma preocupação de professores e gestores com o que prevê a legislação educacional do país. O artigo 26 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) exige que o currículo do ensino básico brasileiro leve em consideração características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos estudantes. Assim, o ensino de expressões artísticas regionais constitui um componente curricular obrigatório em todas as etapas escolares, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos.

Uma solução encontrada por professores das redes públicas para trabalhar o assunto junto aos estudantes é a partir de visitas ao Paço do Frevo, espaço localizado no Bairro do Recife e dedicado à difusão, pesquisa, lazer e formação nas áreas da dança e música do frevo. Para escolas públicas, a visita a gratuita e pode ser feita para grupos de até 50 pessoas mediante um agendamento pelo e-mail agendamento@frevo.org.br. “Todas as atividades e vivências oferecidas envolvem processos lúdicos e foram pensadas coletivamente por uma equipe de historiadores, pedagogos e turismólogos”, explica a coordenadora do núcleo educativo do Paço do Frevo, Vanessa Marinho.

Foi a partir da história do frevo que a professora de português Paula Mendes, da Escola Estadual 10 de Agosto, em São Lourenço da Mata, trabalhou a valorização do patrimônio. “Estamos desenvolvendo um projeto de cuidado com a escola chamado ‘Minha escola é dez’, onde combatemos a depredação no ambiente escolar. Fomos ao Paço do Frevo para que eles aprendam que, quando conhecemos e valorizamos algo, não acabamos com ele. É assim com o frevo e pode ser assim com a escola”, afirma. “Poder passear pelos diferentes espaços do museu, ver de perto a evolução do carnaval e brincar com as palavras foi muito empolgante. Aprendemos a valorizar nossa história e nossa cultura”, conta a estudante do terceiro ano do ensino médio Vitória Pereira, 16.

Museu nas escolas

Se as escolas não forem ao Paço do Frevo, o Paço do Frevo vai até as escolas. Ainda este ano, o espaço cultural deve ganhar uma versão móvel e “sair” do Bairro do Recife para visitar unidades de ensino. O projeto Frevo itinerante: o museu vai às comunidades foi um dos aprovados no último edital do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura PE). O aporte financeiro de R$ 51 mil já foi garantido, mas a liberação da verba é aguardada para a ação sair do papel. “A ideia é levar as atividades que já desenvolvemos aqui diretamente para as escolas. As unidades que vão receber o projeto, porém, ainda não foram mapeadas”, adianta Vanessa Marinho.

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