Promotoria Militar pede prisão preventiva de líderes dos PMs
Pedido foi formalizado tomando como base o artigo 516 do Código de Processo Penal Militar

Por decisão do juiz Luiz Cavalcanti Filho, durante audiência de custódia, Albérsson e Nadelson estão em liberdade desde o sábado passado. Os dois foram presos na sexta-feira passada quando comandavam um ato da campanha salarial da categoria. Durante a fala inicial das lideranças, uma oficial de justiça entregou a intimação ao sindicalista. Militares da Companhia Independente de Operações Especiais (Cioe), fardados, efetuaram a prisão administrativa em flagrante.
Na quarta-feira passada, o Tribunal de Justiça de Pernambuco proibiu as associações militares do estado de realizar assembleias para deliberar sobre greves. O desembargador José Fernandes Lemos determinou que o não cumprimento da decisão seria punido com multa de R$ 100 mil, além de outras sanções decorrentes de desobediência a ordem judicial. O pedido de liminar foi solicitado pela Procuradoria Geral do Estado. No documento, o desembargador justificou a decisão alegando que a Constituição Federal veda a sindicalização e a greve por parte dos militares. O magistrado salientou que a paralisação dos serviços por parte de policiais militares, a incitação a isso ou a realização de reuniões com essa finalidade configuram diversos crimes militares.
Em assembleia, os policiais e bombeiros militares decidiram que não entrariam em greve, mas permaneceriam em Operação Padrão, que consiste em cumprir ações exclusivamente dentro das condições exigidas em lei, negando-se a vender folgas, utilizar viaturas irregulares ou trabalhar sem coletes ou armas adequadas.
Na pauta de reivindicações da categoria, está o reajuste salarial, o Plano de Cargos e Carreiras e mudanças no pagamento e contratação de agentes. No documento, o reajuste sugerido varia de acordo com os cargos. No caso dos soldados, que hoje recebem R$ 2.319,89 a proposta é de R$ 4.497,84, valor aproximado ao piso da categoria em Sergipe. Os coronéis, que hoje recebem R$ 13.160,95, passariam a ter um salário de R$ 22. 498,82.
Outra mudança pautada é na forma do pagamento do salário. A categoria pede que isso aconteça em forma de subsídio, e não mais de soldo, incorporando as gratificações. Eles afirmam que, desta forma, fica garantido o recebimento de tais gratificações, que hoje podem ser cortadas sem maiores justificativas pelo estado. Outro ponto que os policiais e bombeiros pedem é o requisito do nível superior para ingresso na carreira de praças.